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Aumento da passagem em Santa Maria reforça a importância do controle legislativo – por Giuseppe Riesgo

‘Fiscalizar não é apenas prerrogativa institucional; é um dever moral e político’

O recente anúncio de que a passagem de ônibus em Santa Maria subirá para R$ 6,50 em dinheiro e R$ 5,90 no cartão preocupa e acende um alerta importante: o transporte público da cidade precisa de mais atenção e de soluções que conciliem eficiência com responsabilidade no uso do dinheiro de quem paga a conta.

Em um cenário em que tantas famílias santa-marienses enfrentam dificuldades para equilibrar o orçamento, repassar esse aumento diretamente ao usuário exige mais do que justificativas técnicas. Exige transparência, sensibilidade social e um compromisso concreto com a qualidade e sustentabilidade do serviço.

O sistema de transporte público já enfrenta desafios conhecidos há anos: frota desgastada, trajetos pouco eficazes e horários imprevisíveis. Esses problemas não se resolvem simplesmente aumentando a tarifa, mas sim com gestão qualificada, planejamento estratégico e políticas que priorizem a modernização e a eficiência operacional.

O foco precisa estar na experiência do usuário, na racionalidade dos itinerários e na previsibilidade do serviço, que hoje deixa a desejar. Nesse contexto, merece destaque o trabalho da Comissão Especial da Câmara de Vereadores que acompanha o processo licitatório do transporte coletivo.

O pedido de informações técnicas, o diálogo com o Ministério Público e o esforço por mais clareza nas decisões mostram que o papel fiscalizador do Legislativo é essencial para garantir que o cidadão tenha retorno real pelo que paga. Fiscalizar não é apenas uma prerrogativa institucional; é um dever moral e político diante de uma população que demanda respeito com o uso dos recursos públicos e com a qualidade dos serviços ofertados.

Santa Maria precisa evoluir. E isso só será possível com planejamento, metas e coragem para enfrentar velhos problemas com soluções de verdade. É hora de romper com a lógica de repasse automático de custos ao cidadão e construir um modelo de transporte público baseado em dados, resultados e respeito. Que esse episódio sirva para amadurecer o debate, promover ajustes estruturais e reafirmar o compromisso com uma cidade mais eficiente, justa e conectada com as necessidades de quem a move todos os dias.

(*) Giuseppe Riesgo é secretário de Parcerias da Prefeitura de Porto Alegre e ex-deputado estadual pelo partido Novo. Ele escreve no site às quintas-feiras.

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12 Comentários

  1. Resumo da opera. Mimimi anual do aumento de passagens. Negócio é empurrar com a barriga o problema para ver no que dá.

  2. ‘Santa Maria precisa evoluir. E isso só será possível com planejamento, metas e coragem para enfrentar velhos problemas com soluções de verdade.’ Balela. Discurso generico. Coisa de gente que saiu de uma sala de aula e foi para a politica.

  3. Gratuidades. Ninguém quer comprar briga com o DCE. Mas tem gente que pagava em torno de 3 mil reais de mensalidade em colegios particulares e quando vai cursar a UFSM paga meia passagem. Isto os que não tem carro proprio. Sim, porque na hora de discutir o assunto só falam nos idosos.

  4. ‘É hora de romper com a lógica de repasse automático de custos ao cidadão […]’. Não tem almoço gratis. O subsidio não passa de transferencia de renda, quem não usa paga para diminuir o custo para quem usa.

  5. Outra asneira. No sentido de ‘diminuir a margem de lucro’. Calculam o preço da passagem. Vem o subsidio. ‘Mas daí tem que ter “contrapartida”, trocar frota, colocar ar condicionado’. Que também aumenta o custo. Melhor deixar o dinheiro no banco e deixar que o municipio e os usuarios se lasquem. Simples assim.

  6. ‘[…] repassar esse aumento diretamente ao usuário exige mais do que justificativas técnicas. Exige transparência, sensibilidade social e um compromisso concreto com a qualidade e sustentabilidade do serviço.’ Novo além das praticas antigas não é mais tucano por falta de espaço. Principalmente perto de eleições.

  7. Cereja do bolo das asneiras. ‘Vamos reduzir a margem de lucro’. Deixando de lado as ‘cumpadragens’ que adiaram a licitação (MP sentado em cima das mãos?), querem que o empresario preste o serviço e terceiros escolhem o quanto vai receber? Com base em quê? Obrigação moral? Tem gente que não tem como pagar? Não é problema do hipotetico empresario. Melhor é colocar a grana no banco a 15% e não se incomodar. Simples assim.

  8. Transporte publico coletivo urbano é atribuição dos municipios. Existe alguma coisa que não está claro nesta afirmação? Se vai conceder, criar uma empresa publica ou oferecer tapetes voadores para a população é problema do municipio.

  9. Por que rememorar o tal BRT? Porque no meio do debate, que é livre e acontece toda vez que ocorre reajuste, saiu o festival de asneiras de costume. De isonomia nas linhas de onibus a assedio sexual (que é outro assunto, mas na questão, valor da tarifa, não é pertinente).

  10. No governo Dilma, a humilde e capaz, cogitou-se a implantação de um BRT na aldeia. Governo municipal do Schirmer. Em 2014 seriam 219 milhões de reais. Mais de 40 quilometros, 20 estações e 18 veiculos. Corrigindo pelo IPCA seria algo como 405 milhões hoje. Não está no horizonte. Este trem já deixou a estação.

  11. Problema não é simples. Transportar um numero indeterminado de pessoas entre os diversos destinos pelo menor custo e com o maior conforto possivel.

  12. Noutro dia um cara do mercado de automoveis comentava o Brasil no Youtube. HB20. So é, segundo o sujeito, Sergio Habib, que tem dividas e processos, vendido no Brasil. Motor 1.0. Tres cilindros. Aproveita o incentivo fiscal (IPI se não me engano). Observação do especialistas que salta aos olhos: ‘rustico’ porque é o que cabe no bolso de parte do mercado brasileiro.

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