UFSM-REUNI. Docentes e alunos não gostaram nadinha de medida judicial impetrada pela Reitoria
O Conselho Universitário da UFSM se reuniu nesta segunda-feira. O objetivo: debater a participação da universidade no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). As entidades representativas dos docentes e dos estudantes já se posicionaram contra a adesão da UFSM – que tomará uma posição definitiva, ao que tudo indica, na próxima sexta-feira.
Como teria ocorrido uma série de protestos em discussões semelhantes em outras universidades, inclusive ocupação de prédios, a reitoria da instituição santa-mariense entrou na Justiça. E conseguiu uma medida que impõe multa de R$ 10 mil às entidades (Diretórios Acadêmicos e sindicatos) que impedissem a presença de conselheiros na reunião do primeiro dia da semana.
Foi o maior bafafá. Os estudantes mantiveram o protesto que já pensavam fazer. Mas foi silenciosamente e sem impedir o acesso de ninguém. O que, garantem suas lideranças, não estava nos planos. É. Pode ser.
A Seção Sindical dos Docentes, por sua vez, ficou indignada. Especialmente porque não era sua intenção impedir a discussão, e se viu tornada ré no processo impetrado pela UFSM. E, a propósito, divulgou nota, que passo a reproduzir:
REUNI: divergir é crime?
Entre os dias 24 e 26 do corrente, nossa Seção Sindical constituiu-se como ré em uma ação movida pela administração da UFSM.
Não bastassem as notícias públicas que envolveram a Universidade em caso de polícia, as representações Estudantil (DCE e Diretórios Acadêmicos) e Docente (SEDUFSM) foram enquadrados, através de suposições e fatos improcedentes, que resultaram em um Interdito Proibitório, denominado de MOVIMENTO DE OCUPAÇÃO DE REITORIAS CONTRA O REUNI.
É sabido e havido que nossas formas de manifestações sobre o REUNI têm sido públicas e transparentes, expressas através de audiência pública, banners e faixas, notas em jornais e artigos de associados, cartilhas informativas do ANDES-SN, visitas e participação em discussão nos Centros de Ensino e Departamentos.
A SEDUFSM, em suas manifestações coletivas e em todas as suas instâncias, como Diretoria, Conselho de Representantes ou Assembléias, EM NENHUM MOMENTO DELIBEROU SOBRE OCUPAÇÃO À REITORIA, OBJETIVANDO MANIFESTAÇÃO VIOLENTA CONTRA O REUNI, a qual suscitasse qualquer tipo de ação judicial que impedisse aos movimentos organizados de acompanhar o debate no Conselho Universitário.
No momento em que a UFSM sangra, que interesses criminalizam os movimentos docente e estudantil? Será por que estes últimos têm se pautado na defesa da Universidade Pública e gratuita?
Fica ainda mais um ponto a refletir: que tempos estamos (re)vivendo em que divergências de opinião e entendimento são consideradas uma ameaça à ordem pública?
Reiteramos nossos posicionamentos em relação ao REUNI:
– O REUNI vem coroar o processo de desmantelamento das universidades públicas; carreiras do pessoal técnico e dos docentes; do tripé ensino, pesquisa e extensão; da rede de produção de ciência e tecnologia, vitais para o nosso desenvolvimento.
– O REUNI é uma grave ameaça ao seu ao nosso sonho de um Brasil Melhor.
SEDUFSM
RESISTÊNCIA E COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO
GESTÃO 2006-2008
SUGESTÕES DE LEITURA – confira aqui, se desejar, outras informações oriundas da assessoria de imprensa da Sedufsm.
Leia também a reportagem Estudantes fazem manifestação silenciosa em Santa Maria, de Marilice Daronco, do Diário de Santa Maria, reproduzida pela ZH.Com.
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