Poderíamos estar entre as melhores – por Carlos Costabeber
A última edição da revista Exame traz uma pesquisa com as “100 melhores cidades para fazer negócio”. E entre os 309 municípios avaliados (com mais de 100.000 habitantes), Santa Maria fecha a lista, ficando em 100º lugar.
Já é um sinal positivo, mas o amigo Júlio Krauspenhar (santa-mariense que trabalha em São Paulo) me fez uma pergunta: por que Santa Maria não pode ser a 50ª colocada nos próximos anos??? Daí comecei a refletir sobre como podemos avançar nesse cenário. Para tanto, segue abaixo (de forma sucinta) uma análise do potencial da nossa cidade, sob a ótica dos fatores considerados na pesquisa: (1) desenvolvimento social, (2) capital humano, (3) infraestrutura, e (4) desenvolvimento econômico.
Para começar, temos bons exemplos aqui mesmo no Estado: Passo Fundo (60ª colocada), Caxias do Sul (70ª), Santa Cruz do Sul (84ª) e Bento Gonçalves (85ª); sem falar em Porto Alegre em 12º. Chamou-me a atenção que duas cidades maiores que Santa Maria não estão no ranking: Canoas e Pelotas; assim como Novo Hamburgo e São Leopoldo na mesma situação. Assim, dá para se concluir o seguinte:
1º. O item “capital humano” alavanca a posição de Santa Maria, com suas universidades e escolas técnicas de 2º. Grau. Somos privilegiados nesse fator, pois é essencial para a atração de investimentos externos, mormente nas áreas de tecnologia e prestação de serviços. Por isso sugeri ao novo Prefeito, que nas escolas municipais, se comece e substituir o ensino teórico pelo técnico;
2º. Na questão “desenvolvimento social” também temos uma excelente pontuação, consequência direta do “capital humano”. Somos uma cidade cosmopolita, com qualidade de vida superior, pois oferecemos excelentes serviços nas áreas da saúde, educação, comércio, e lazer;
3º. Outro fator positivo é a infraestrutura oferecida por Santa Maria, privilegiada pela posição geográfica. Temos ligação asfáltica com as principais regiões, ferrovia, aeroporto, energia abundante, telecomunicações, saneamento básico, entre outros;
4º A questão “desenvolvimento econômico” é que nos joga para baixo. Nossa indústria representa apenas 14% do PIB, que é dominado pelo comércio e prestação de serviços (83%). E, como se sabe, é a indústria que puxa o desenvolvimento, pois é agregadora de valor, estimula a criação de empresas fornecedoras, oferece salários maiores e oportunidades de crescimento profissional.
Por fim, o momento não poderia ser mais oportuno para colocarmos um objetivo a ser atingido por Santa Maria no Ranking das melhores cidades para fazer negócio. A começar pela desburocratização para a abertura de empresas, pois somos campeões na demora para atender os novos empreendimentos. Se continuarmos nessa mesma atitude, certamente ficaremos fora da próxima pesquisa. Por isso entreguei com antecedência esse artigo ao novo Prefeito, Jorge Pozzobom, pois a ele caberá liderar essa importante mudança.
Claudemir, tem um erro de projeto no teu portal. Um mesmo post não pode ter duas seções de comentários distintas, uma para o sumário e outra para o artigo completo. Se alguém comenta aqui ou na página vista anteriormente (a do sumário), o comentário deveria ficar vinculado ao mesmo post e aparecer nos dois. simultaneamente.
NOTA DO EDITOR: será encaminhado à área técnica, para ver a possibilidade de ajuste. Grato!
Costabeber, você errou feio no quarto item. Você parou no tempo. O mundo caminha a passos rápidos para riqueza advindo de serviços. A Tesla vende um produto, mas o que manda é a inteligência artificial dentro do carro. As redes sociais são serviços. Gera-se muito mais riqueza hoje com aplicativos do que fabricando computadores. Mas nossos serviços não estão “sintonizados” com a “Quarta Onda”. O capital intelectual vai embora e nossa burrocracia não é motivadora para abrir negócios aqui.
Aliás, se a matriz da sua concessionária não der um “salto quântico” na incorporação de serviços no produto que você vende, você vai ter de mudar de ramo.