“A última edição da revista Exame traz uma pesquisa com as “100 melhores cidades para fazer negócio”. E entre os 309 municípios avaliados (com mais de 100.000 habitantes), Santa Maria fecha a lista, ficando em 100º lugar.
Já é um sinal positivo, mas o amigo Júlio Krauspenhar (santa–mariense que trabalha em São Paulo) me fez uma pergunta: por que Santa Maria não pode ser a 50ª colocada nos próximos anos??? Daí comecei a refletir sobre como podemos avançar nesse cenário. Para tanto, segue abaixo (de forma sucinta) uma análise do potencial da nossa cidade, sob a ótica dos fatores considerados na pesquisa: (1) desenvolvimento social, (2) capital humano, (3) infraestrutura, e (4) desenvolvimento econômico…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do artigo “Poderíamos estar entre as melhores”, de Carlos Costabeber – graduado em Administração e Ciências Contábeis pela UFSM (instituição da qual é professor aposentado), com mestrado pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, com especialização em Qualidade Total no Japão e Estados Unidos. Presidiu a Cacism, a Câmara de Dirigentes Lojistas e a Associação Brasileira de Distribuidores Ford. É diretor da Superauto e do Consórcio Conesul.
A frase mais importante da reportagem sobre as melhores cidades para fazer negócios e que deve chamar atenção do prefeito: “Uma notícia alvissareira é o fato de que as PRÁTICAS BEM-SUCEDIDAS dos melhores destinos para fazer negócios estão se espalhando.”
Problema de Santa Maria é o auto-engano e o “wishful thinking”.
Cidade cosmopolita é a que tem habitantes vindos de todas as partes do globo, diversidade de pessoas, modos e estilos de vida, inovação nos costumes, sem vínculos estreitos com determinada comunidade local ou regional. No meu ponto de vista a aldeia não cabe no conceito.
“Capital humano” de Santa Maria não diz muita coisa. Passo Fundo está 40 posíções na frente e digna de nota só a UPF. Prefeito não tem liberdade para mudar o ensino municipal desta forma. Se existe um plano nacional de educação, em algum momento deve sair o plano municipal.
“Excelentes serviços nas áreas da saúde, educação, comércio, e lazer”: existem quase 16 mil pacientes esperando para serem atendidos por especialistas na fila do SUS. O IDEB da terrinha é muito inferior aos de algumas cidades da serra. Lazer? Tem a UFSM, parques só no papel.
Santa Maria fica na entrada da metade sul do estado, o começo de um deserto econômico. Quem não tem dinhero (e coragem) para pegar um avião que sai duas vezes por dia, tem que enfrentar 4 horas de asfalto para chegar na civilização. Saneamento básico foi objeto de rusga com a Corsan. Energia e telecomunicações não tenho dados para avaliar.
O resto é a velha mentalidade “dupla Rio-nal rumo à Tóquio”. Santa Maria está destinada à grandeza, falta corrigir uns detalhezinhos e os empresários dos outros lugares (que não entendem bulhufas de negócios, senão já teriam visto o óbvio) enxergarem a “oportunidade” que estão perdendo.