Por MAURÍCIO ARAÚJO (texto) e DEIVID DUTRA (foto), no jornal A Razão
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) se manifestou diversas vezes ser contra as ocupações nos prédios da Universidade. Na sexta-feira, o coordenador-geral do Diretório Fernando Pertile reforçou que o DCE estuda entrar na justiça para garantir a desocupação dos prédios da UFSM.
O estudante também cobrou medidas enérgicas da reitoria. Segundo ele, a Reitoria não cumpre seu papel em garantir as aulas aos estudantes que não aderiram à greve. “Legalmente cabe ao reitor pedir uma ordem de reintegração. Mas como ele já afirmou que não vai pedir, e nem mudar de opinião, o DCE estuda tomar outras ações na justiça”, destaca Pertile.
O reitor da UFSM, Paulo Burmann, rebateu a alegação do DCE. Ele afirma que a Universidade cumpre seu papel, que neste momento é de diálogo e reduzir o nível de tensão que ronda quem é a favor e quem é contra as mobilizações. Burmann descarta pedir reintegração de posse dos prédios e acredita que essas medidas só tencionariam ainda mais o atual momento.
O reitor afirma que busca uma saída negociada para as desocupações e sem interferência externa. Ele afirma que uma comissão trabalha junto aos estudantes para solucionar a questão.
“A tensão está grande e os níveis de intolerância também. Então buscamos o diálogo, a conversa, respeitando as diferentes opiniões. O nosso papel é esse, reduzir a tensão e buscar a compreensão para uma solução pacífica”, finaliza Burmann.
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DCE, um recado direto para vocês, “cão que ladra não morde”. Estão há dias avisando que têm “estudado” a forma de recorrer das invasões, mas até agora nada.
Vocês sabem que a Vossa Magnificência deu todos os sinais, e se escudou até no Conselho, que não vai apelar para a Justiça, está “lavando as mãos” usando o argumento do “diálogo”, mas todos sabemos que isso não vai dar em nada.
O MP aceita denúncia de crime de qualquer cidadão e tomaria as medidas cabíveis, até a reintegração de posse, o MP tem poder para isso.
DCE, ajam junto ao MP para o bem da preservação da instituição e da Constituição. Preservação da instituição? Sim, explico.
Digam na denúncia que além do crime da invasão com risco ao patrimônio público está acontecendo um sério risco de preservação do bom e normal clima institucional, já que Vossa Magnificência está sendo ineficiente nos “diálogos”, o tempo está passando, e com isso o público interno da instituição está criando e aumento os conflitos e os constrangimentos entre colegas estudantes, entre colegas professores, entre professores e os estudantes que invadiram os prédios. Onde isso vai parar?
Os invasores são obrigados a fazer constrangimento, pois se não permitem o direito de o ir e vir, nem dos seus colegas, nem dos professores, nem da existência de aulas, é óbvio que isso é feito com constrangimento, criando conflitos. E onde há conflito há risco de violência. E pior, causando conflitos entre colegas. Colegas que se davam, que eram parceiros de aulas. Isso não tem sentido.
Isso tem sido péssimo para o ambiente institucional e a continuidade da situação tornará esse clima cada vez pior. Digam que os “diálogos” da Vossa Magnificência não têm como eliminar esses conflitos e constrangimentos, e a falta de uma ação mais contundente só vai piorar o clima.
DCE, digam ao MP que tudo isso acontece por causa do cometimento de um crime constitucional de um grupo, e que uma vez reparado o crime constitucional, acaba a crise institucional vergonhosa que passa a UFSM, com conflitos e constrangimentos entre seus membros, em consequência dele. Acabaria o risco ao patrimônio e voltaria o direito constitucional sagrado de as pessoas irem e virem, sem constrangimento. O MP entenderia e agiria.
Senhor Fabricio. Se o senhor fizesse parte de um certo grupo social constituído de marmanjos, muitos deles inconsequentes, em que num certo dia um membro colocasse em votação e a maioria decidisse favoravelmente que o senhor deveria praticar um ato ilegal, um crime constitucional, que colocasse em risco a sua liberdade, que poderia levar o senhor a ser julgado e penalizado, perdendo alguns direitos civis e até podendo perder a vaga num curso de uma universidade, o senhor obedeceria? O senhor obedeceria só se fosse uma pessoa com problemas cerebrais.
Então, comparando o caso acima com o em questão, porque vale, responda-me, por que a direção desse grupo chamado de DCE tem de assinar, aprovar e liderar a decisão de uma “maioria” de cometer um crime constitucional?
Pense um pouquinho…
Pense mais um pouquinho… Garanto que não vai doer.
E que “maioria” é essa, realmente, que decidiu pelo cometimento de um crime constitucional? Todos os estudantes realmente votaram?
Mas vamos adiante, se um ou se dez mil num grupo decidem cometer atos ilegais inconstitucionais, isso é democracia? Isso não é democracia, isso é doença, isso é irresponsabilidade civil.
E tem mais, onde está o sentido real de validade de se colocar em pauta ou votação a feitura de uma ação ilegal inconstitucional? Isso não existe. O grupo social dos estudantes não é uma organização criminosa em que pode entrar em pauta uma ação ilegal.
Toda essa situação é quase um manicômio, uma inversão de valores racionais.
É uma democracia de verdade quando uma “maioria” acha que cometer um ato ilegal que prejudica outros é um fato natural e corriqueiro e está blindado de penalizações? Onde, em Urano?
O que se vê é uma esquizofrenia das grandes, mostrando como essa sociedade piora a olhos vistos por influência ideológica. Pode um grupo de pessoas, numa época da vida de serem marmanjos, geralmente pessoas com ideologias, inconsequentes, legitimando-se simploriamente, por conta, achando que por “boas causas” podem fazer o que bem querem, prejudicarem outros? Isso não existe.
Então, de novo, pergunto: o problema é a direção do DCE que não apoia o cometimento de crimes constitucionais?
Os representantes do DCE poderiam sofrer pena da lei se apoiassem e liderassem as ocupações, bastaria a Vossa Magnificência ou o MP fazerem a parte deles, exigirem a reintegração de posse e a penalização dos responsáveis.
Isso aconteceria naturalmente se a Vossa Magnificência estivesse à altura do cargo.
Tem irresponsabilidade civil rolando solta no meio estudantil, isso sempre teve, mas preocupa-nos que serão profissionais que terão famílias, exercerão uma profissão, precisarão pagar impostos e seguir a lei, como todo mundo. Mas antes de se formarem, podem agir de forma a rasgarem a Constituição por interesses meramente ideológicos? Aconteceu também porque a impunidade é quase uma certeza.
Que país é o que queremos viver, o da impunidade, que alguns têm regalias e podem fazer o que bem querem, até atos ilegais?
Pense um pouquinho, senhor Fabricio, em tudo o que escrevi, não vai doer.
Estatuto da UFSM: “Art. 104. Os alunos regulares da UFSM terão como órgãos de representação um DCE de âmbito universitário e diretórios acadêmicos setoriais.” Foi o DCE que convocou a assembléia? Logo não tem do que reclamar. Faltou experiência para a gurizada.
No mais é política, galera do Diretório tem que dar satisfação para o eleitorado dela. Reitor idem, afinal vem reeleição por aí, incorporação da FG é feita por quintos, existe muitos “interésses”…
Esse DCE é uma piada… Fala em democracia mas não respeita uma decisão da maioria absoluta dos estudantes.