UFSM. Os que ocupavam ‘para não ocupar’ deixam a antiga reitoria. Já os demais têm assembleias decisivas
Por MAURÍCIO ARAÚJO (texto) e DEIVID DUTRA (foto), no jornal A Razão
Na próxima quinta-feira completa um mês do início das ocupações a prédios da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) por estudantes. Neste período vários acontecimentos marcaram o cenário interno da instituição. O mais recente é a determinação da Justiça Federal para que os alunos desocupem os prédios. Até sexta-feira, conforme a sentença do juiz substituto da 3ª Vara Federal Gustavo Chies Cignachi, os ocupantes podem sair de forma voluntária. Caso descumpram a ordem judicial estão previstas multas, suspensão dos direitos acadêmicos e até reintegração de posse com uso de força policial.
Enquanto o prazo corre, estudantes se organizam em assembleias para deliberar sobre quais passos irão dar. Sem se identificar, um acadêmico das ocupações destaca que não há uma tendência sobre o que irá ocorrer (desocupar ou não). Ele diz que os alunos ficaram chateados com a determinação e que estavam sofrendo pressões. “Uma resposta mais concreta será discutida em assembleia”, afirma o estudante.
Já no prédio da antiga reitoria, na Rua Floriano Peixoto, em que a ocupação é pela garantia das aulas, os estudantes preveem sair do local até quarta-feira. “O nosso objetivo não era ocupar, mas garantir que o prédio não fosse fechado e as aulas interrompidas pelos movimentos. Então vamos cumprir com a determinação e desocupar até quarta”, destaca um estudante que preferiu não se identificar.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) também vibrou com a determinação do juiz, divulgada na segunda-feira. A gestão publicou nota na página do Diretório, reiterando a posição de defender a normalização das atividades letivas e a garantia dos direitos constitucionais dos alunos, técnicos e docentes da instituição. “Combateremos sempre que necessário todo e qualquer tipo de abuso cometido na Universidade Federal de Santa Maria”, diz trecho da nota.
A publicação repercutiu entre os alunos contra e a favor das ocupações. São mais de 200 comentários entre os estudantes que, entre os assuntos, debatem o papel e as ações do DCE.
Na terça-feira, o reitor Paulo Burmann estava em Brasília. Na semana passada, em nota, ele afirmou que iria zelar pela segurança e pela não criminalização dos estudantes e que buscava soluções negociadas e pacíficas, de modo a descartar o uso de força no cumprimento de uma medida judicial. A nota foi publicada após a Advocacia Geral da União (AGU) entrar com ação de reintegração de posse dos prédios.
DESOCUPAÇÃO
A Justiça Federal determinou que todos os prédios do Campus sejam desocupados em três dias, a contar da segunda-feira. A medida se estende aos prédios de Apoio Comunitário e da Antiga Reitoria, ambos no centro. Ao todo são 15 edificações ocupadas.
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Decisão judicial seria uma boa desculpa para sair. Se Renam permanece, votação da PEC deve ocorrer e a mesma deve ser aprovada. Derrota (anunciada) do movimento. Se Renam sai, toda a discussão fica para depois do carnaval.
Paulo Burman não entendeu ainda. Não acionou a procuradoria para pedir a desocupação (tem eleições ano que vem) e provaram para ele que a autonomia universitária só vai até o segundo parágrafo. Advocacia da União acionou o judiciário. Afirmou que iria zelar pela “não criminalização dos estudantes”, só que a opinião dele serve para nada, vale é a opinião dos procuradores da República. Mais, a AGU pediu ressarcimento dos prejuízos, vamos ver como fica.