Dom Paulo Evaristo Arns, o Cardeal da Esperança – por Daniel Arruda Coronel
No dia 14 de dezembro, o Cardeal Arcebispo Emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, juntou-se a outros prelados da igreja católica, tais como Dom Ivo Lorscheiter, Dom Luciano Mendes, Dom Aloísio Lorscheider e Dom Helder Câmara, os quais lutaram bravamente por um país justo e soberano, pela diminuição das disparidades sociais e nos deixaram um legado de simplicidade e respeito aos direitos humanos que jamais deve ser esquecido, principalmente em tempos de descrédito com a política.
Dom Paulo foi arcebispo de São Paulo, uma das maiores arquidioceses do mundo, de 1970 a 1998. Nesse período, além de zelar pelos dogmas da fé, contribuiu em muito para as campanhas sociais que visam a contribuir para um país melhor e sem misérias, além de abrigar e ajudar vários perseguidos pela ditadura militar, que perdurou no país de 1964 a 1985.
Não obstante, a maior contribuição de Dom Paulo e que com certeza servirá como um testemunho histórico para as futuras gerações é o livro Brasil Nunca Mais, o qual relata as barbáries, monstruosidades e atrocidades que o regime ditatorial fez neste país, o que jamais deve ser esquecido.
Nesse livro, o qual gerou uma resposta de setores ligados à ditadura militar, que lancaram o livro Brasil Sempre, Dom Paulo mostra os principais mecanismos de turtura que foram utilizados no país, além de apresentar uma lista de pessoas desaparecidas desde 1964.
A razão da publicação do livro, conforme Dom Paulo, não foi para semear o ódio e a divisão no país, muito pelo contrário, mas para mais do que nunca a sociedade ter a democracia e a liberdade como valores inalienáveis de todo o cidadão e para entender que a tortura, além de desumana, é o meio mais inadequado para levar-nos a descobrir a verdade e chegar à paz, algo cada vez mais atual e pertinente.
Enfim, sua perda fará falta aos que lutam pela democracia, pela justiça social, pelos direitos humanos e para um país mais fraternal e mais humano. Com certeza o seu legado deve servir como baluarte para os que ficam e querem a defesa constante da liberdade de expressão e dos direitos humanos. Sua vida e atuação podem ser resumidas no Evangelho de Mateus, capítulo 22, versículo 14: “muitos são chamados e poucos os escolhidos”.
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