Troco em balas? – por Máucio
Nas últimas semanas fui duas ou três vezes ao supermercado de costume e notei uma diferença um pouco incômoda. Na hora de pagar as compras, a moça do caixa entregou moedas de troco e uma bala. Em um relance perguntei por que aquilo. Ela justificou que não possuía cinco centavos… Por isso as balas.
Não estava acostumado mais com o troco em bala. Pensei que era coisa de antigamente e disse à funcionária que não iria brigar por centavos, desde que não fosse uma nova praxe do estabelecimento. Notei que ficou rubra, constrangida, o que me fez concluir que era sim uma determinação da chefia. Lembrei então que, nos últimos meses, já havia percebido outras vezes este mesmo procedimento.
Fui para casa e, por curiosidade, fiz uma estimativa do que isso poderia representar financeiramente, não individualmente para os compradores, mas para o supermercado. Estimei que por cada operadora de caixa passava em média umas 200 pessoas por dia. Se 20% dos trocos forem em balas, avaliadas em 5 centavos, daria precisamente 2 reais por caixa/dia. Em um mês somariam 50 reais. Multiplicando-se pelas cindo caixas na loja, resultariam 250 reais por mês em troconagem. Isso em cada loja da empresa.
Se levarmos em conta as quatro lojas da rede, o somatório da estratégia de empurrar caramelos a consumidores distraídos chega-se a mil reais por mês. Não é nada? É sim, pode ser igual ou até mais do que o salário de um funcionário. Resumindo, estão pagando um empregado com a maisbalia.
Esse é apenas um exemplo de possíveis malandragens silenciosas que quase ninguém denuncia. Têm outras, como por exemplo… Os enormes sacos de plástico que oferecem no departamento de hortifrutis onde colocamos uma ou duas cebolas. Ao pesarem somam junto gramas de plástico pelo mesmo preço das frutas e legumes. Ou a re-etiquetagem do prazo de validade dos perecíveis. Mas esses são assuntos para outro dia.
Máucio, “maisbalia” seria um conceito criado por Karl Marxshmalow?