Por RAFAEL BALBUENO (texto e fotos), da Assessoria de Imprensa da Sedufsm
1º de abril de 1964: os militares efetuam um golpe de estado, derrubando o presidente eleito e tomando seu lugar, e colocam em cena uma série de medidas tidas por eles como fundamentais para a “manutenção da ordem”. Por esse processo passam, por exemplo, as cassações de mandatos políticos, a proibição de organizações, entidades e partidos, a prisão e o assassinato de figuras opositoras ao regime e, não menos importante, o controle e a censura sobre o que se podia ou não escrever, atuar e, obviamente, cantar. E isso não fora por acaso. Os militares sabiam muito bem da capacidade da arte, em especial da música, de representar uma época, expressar um sentimento, provocar reflexões, comover e inspirar. E nada disso era muito conveniente para o regime.
Passados 53 anos do golpe, ainda é fundamental – e talvez cada vez mais – falar sobre esses 21 anos de ditadura civil-militar. E na noite do último sábado, dia 1º de abril, no Espaço Cultural Victorio Faccin, a música foi justamente o ponto de partida para uma grande reflexão sobre esse capítulo que até hoje deixa suas marcas. Na ocasião, em parceria com o curso de Direito da UFSM, foi realizada a 68ª edição do Cultura na Sedufsm, que apresentou o projeto de extensão “Direito em canto e verso” com o espetáculo “Memória e verdade e canções que falam de luta”. Em um primeiro momento, poesia, música e teatro estiveram juntas no espetáculo que já marca a trajetória do projeto. Com direção geral de Pilly Calvin e musical de Gustavo Garoto, a encenação emocionou a plateia a partir de releituras de grandes canções da música brasileira, que traziam como pano de fundo o tema da ditadura. Nesse momento, Gonzaguinha e Chico Buarque, além de poemas como o “Operário em construção”, de Vinicius de Moraes, estiveram entre os fios condutores que contam a história desse período nefasto da história recente do Brasil.
Passado esse primeiro momento, a noite desse sábado teve uma novidade, com o acréscimo de um segundo ato ao espetáculo do grupo “Direito em canto e verso”. Na segunda parte, Gustavo Garoto e Lutiano Nascimento, músicos conhecidos da cena autoral de Santa Maria, interpretaram uma série de músicas que abordam e retratam os anos de chumbo, a resistência, a defesa e a reconquista da democracia. Caetano Veloso e Secos & Molhados marcaram presença nesse último ato musical.
Coordenadora do projeto de extensão que reúne especialmente estudantes do curso de Direito da UFSM, a professora do departamento de Direito, Bia Oliveira, ressalta o princípio que rege o grupo desde sua criação: promover a reflexão, o debate e a memória, através da emoção. “Não é nem negar o espaço da palestra, ou formatos mais tradicionais, mas com esse espetáculo a gente quer sensibilizar. Fazer refletir através da sensibilização. Eu acho que a gente utiliza muito pouco essa forma. Sempre briguei nos meios em que eu milito: tem que fazer e tem que fazer com a maior qualidade possível, porque a gente às vezes nem tem noção do quanto isso impacta as pessoas”, afirma Bia…”
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