É CINEMA. Bianca Zasso e as consequências do tédio
“Ao observar as pessoas na rua em tempos de smartphones e redes sociais que clamam por fotos, é comum a seguinte cena: um grupo um tanto entediado aperta botões e, ao vislumbrarem o flash da câmera, abrem um sorriso como se a felicidade estivesse em promoção. Imagem pronta, é hora de fechar a cara novamente e torcer para conseguir postar o mais rápido possível. Daria uma comédia das boas. Essa cobrança por bons momentos “a todo momento” nos leva de volta para o começo da carreira de um dos diretores mais cruéis dos nossos tempos.
Michael Haneke não é sádico, mas sabe como deixar seu espectador massacrado após uma sessão. Seu primeiro longa-metragem, O sétimo continente, inaugura não só sua carreira no formato, mas também a chamada Trilogia da Frieza, completada pelos filmes O vídeo de Benny e 71 fragmentos de uma cronologia do acaso. E é uma estreia violenta, cuja sutileza da câmera torna ainda mais perturbadora.
Lançado em 1989, O sétimo continente não é indicado para um amador das telas, já que sua linguagem passa longe do comercial. Já na abertura vemos que estamos diante de uma produção preocupada com sensações. A apresentação dos créditos, com a câmera parada dentro de um carro que passa por um lava-jato, é angustiante e ganhará novo significado mais para o meio da trama, quando teremos uma nova visão da mesma sequência. O protagonista do filme é uma família. Tão unificada que seus lamentos são os mesmos, apesar de serem três pessoas de idades diferentes. O casal Anna e Georg, acompanhados da filha Evi seguem uma vida aparentemente pacata. Despertam às seis da manhã, tomam café e vão para seus respectivos compromissos. Essa é a superfície…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra de “A insustentável dor do cotidiano”, de Bianca Zasso. Nascida em 1987, em Santa Maria, Bianca é jornalista e especialista em cinema pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Cinéfila desde a infância, começou a atuar na pesquisa em 2009. Suas opiniões e críticas exclusivas estão disponíveis todas as quintas-feiras.
Por partes como dria Jack (que era estripador, não esquartejador). Polícia: pessoas prestam atenção demasiada sobre o que os outros estão fazendo (cada um gasta seu tempo como quiser). Não vai faltar quem diga que assistir filmes “cabeça” é muito entediante. Falta de “filtro”: pessoas se incomodam (e se escandalizam) por muito pouca coisa.
O diretor é austríaco, faltou a informação. Dica para os jornalistas: não é bom o leitor precisar complementar a informação do artigo com o Google.
Todo filme é comercial, existem pessoas que pagam para assistir (jornalistas ainda conseguem entrar de graça no cinema?). Diferença é que a película foi direcionada para um nicho do mercado (não “amadores “, críticas(os), amantes de filme “cabeça”, psicólogos, psicanalistas).