ENTRE CRISTAIS. Tarefas ingratas, como resolver encrencas entre PT e PMDB, Dilma delega a Palocci

A figura pode ser meio forçada, mas foi a que ocorreu ao editor: Antonio Palocci, ministro-Chefe da Casa Civil (mesma função de Dilma Rousseff – sem o mesmo perfil – até entrar na campanha eleitoral) será uma espécie de algodão entre cristais. Ou xerife, para ficar no lado oposto.

O fato é que, por circular entre todas as faixas do governo, com maior ou menor desenvoltura, será Palocci o encarregado de resolver as encrencas políticas que apareceram. E há uma de bom calibre à espera da ação dele: as substituições de peemedebistas por petistas no ministério da Saúde e nos Correios, por exemplo, estão dando o que falar.

Mas, enfim, é de Palocci a tarefa de desencrencar a situação, como se percebe no material publicado originalmente n’O Estado de São Paulo. A reportagem é de João Domingos e Denise Madueño. Confira:

“Dilma pede a Palocci que administre confronto PT-PMDB por 2º escalão

A primeira missão dada pela presidente Dilma Rousseff ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, foi a de buscar a pacificação do PMDB. O partido vive um momento de forte estresse no relacionamento com o PT, que se apossou de cargos importantes antes dominados por peemedebistas, como a presidência dos Correios e a Secretaria de Atenção à Saúde, e agora pretende avançar sobre a Fundação Nacional da Saúde (Funasa).

São postos que dominam orçamentos gigantescos: a Secretaria de Atenção à Saúde, perto de R$ 45 bilhões; os Correios, R$ 12 bilhões; a Funasa, R$ 5 bilhões. Têm presença em todas as regiões do País, o que dá uma grande visibilidade ao partido que as controla. Dilma teme que o PMDB inicie algum movimento de retaliação aos petistas em votações importantes, como a da medida provisória que fixou o salário mínimo em R$ 540.

A situação é tão grave que o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, protagonizaram um bate-boca, com acusações e xingamentos. Dilma convocou para hoje (segunda) reunião do Conselho Político, que é integrado pelos líderes e presidentes dos partidos da coligação do governo. Quer dar início às conversações de paz hoje mesmo.

O vice-presidente, Michel Temer (PMDB), vai participar da reunião do Conselho Político. Palocci disse ao Estado que espera contar com a ajuda dele. “Temer continuará a ser um importante interlocutor no PMDB”, disse ele. O vice continuará a ter controle sobre o partido, visto que apenas se licenciará da presidência do PMDB. Enquanto isso, o partido será presidido interinamente pelo senador Valdir Raupp (RO)…”

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