Ciência

UFSM. Nova espécie de dinossauro pode ser o mais antigo parente do Tiranossauro que viveu no Brasil

Falanges do pé direito do Nhandumirim waldsangae foram os primeiros ossos identificados no afloramento, descoberto em 2012. Foto Átila A.S. Da Rosa

Por Assessoria de imprensa da UFSM

Um estudo publicado no periódico Journal of Vertebrate Paleontology, dos Estados Unidos, apresenta uma nova espécie de dinossauro brasileiro. O animal, denominado Nhandumirim waldsangae, viveu no período Triássico, há aproximadamente 233 milhões de anos, onde hoje está localizado o município de Santa Maria. Os fósseis do dinossauro foram encontrados em 2012 por equipe da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Apesar de composto por um esqueleto fragmentário, a anatomia e as relações de parentesco da nova espécie sugerem que pertença à linhagem dos terópodes (dinossauros carnívoros que incluem espécies icônicas como Tyrannosaurus rex e Velociraptor mongoliensis, além das aves).

A pesquisa foi desenvolvida pelos seguintes paleontólogos: Júlio Marsola (USP Ribeirão Preto), Átilada Rosa (UFSM), Jonathas Bittencourt (Universidade Federal de Minas Gerais), Juliana Sayão (Universidade Federal de Pernambuco), Max C. Langer (USP Ribeirão Preto) e Richard J. Butler (Universidade de Birmingham, do Reino Unido).

Animal se assemelhava a uma ema

Representação artística, onde um Nhandumirim waldsangae se depara com um pequeno cinodonte Alemoatherium huebneri, que pode ser sua próxima presa. Arte Jorge Blanco


O significado do nome genérico Nhandumirim waldsangae vem da combinação de nhandu, ema em Tupi-Guarani, e mirim, pequeno em Tupi-Guarani, em referência ao tamanho e à semelhança geral dos dinossauros bípedes com as aves ratitas, como a ema e o avestruz. Já o epíteto-específico se refere ao sítio paleontológico Waldsanga, conhecido como Cerro da Alemoa, local histórico para a Paleontologia, nos arredores de Santa Maria, onde esses e muito outros fósseis foram encontrados.

A nova espécie é baseada em um indivíduo jovem com diversas características que o diferenciam dos demais dinossauros brasileiros conhecidos para a época, como Saturnalia tupiniquim e Staurikosaurus pricei. Tal indivíduo teria entre 1 e 1,5 metro de comprimento, sendo menor que as outras espécies de dinossauros brasileiros deste período.

Entretanto, por ser um juvenil, não é possível ter certeza do tamanho da espécie quando adulta. Dos traços anatômicos, os mais marcantes estão na região do tornozelo. Essas características, até então conhecidas apenas em outros terópodes, como Coelophysis, dos Estados Unidos, e Zupaysaurus, da Argentina, sugerem que o Nhandumirim seja o membro mais antigo dessa linhagem de dinossauros carnívoros que viveu no Brasil.

Representação esquemática dos ossos preservados do esqueleto de Nhandumirim waldsangae. Arte Voltaire Paes

 

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