Do jornal eletrônico SUL21, em texto de LUÍS EDUARDO GOMES, com fotos de LUIZA CASTRO
A assembleia do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande (Cpers), realizada na Praça da Matriz nesta terça-feira (26), terminou em repressão pela tropa de choque da Brigada Militar. O incidente ocorreu após os educadores aprovarem a continuidade do calendário de mobilização da greve iniciada no dia 18 e quando o comando de greve da categoria aguardava para ser recebido pelo secretário-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian (PP).
A assembleia começou por volta das 13h30, reunindo milhares de pessoas nos arredores do Palácio Piratini e da Praça da Matriz — segundo a direção do sindicato, entre 15 e 20 mil pessoas participaram. Tudo transcorreu normalmente, com a aprovação de uma série de atividades de mobilização para dar continuidade à greve da categoria, inclusive com a decisão de entregar um documento ao governo do Estado pedindo a retomada do diálogo e a retirada do pacote de reforma administrativa que traz mudanças ao plano de carreira dos professores.
O problema ocorreu quando o governo se recusou a receber o documento dentro do Piratini, aceitando a recebê-lo apenas na calçada. Neste momento, um grupo de pessoas que estava atrás do cordão de isolamento que separava o palácio da assembleia aparentemente ficou revoltado com a decisão e forçou a derrubada dos gradis e a entrada dentro da sede do governo. Rapidamente, policiais militares que estavam dentro do Piratini utilizaram spray de pimenta e distribuíram golpes de cassetete para conter o avanço. Entre os agredidos, estava a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer.
Ela subiu no caminhão de som e fez um breve pronunciamento relatando o episódio, pedindo calma aos educadores e que não dessem “motivos” para a repressão e para o governo encerrar o diálogo com a categoria. A presidente do Cpers exibia um galo na cabeça em decorrência do golpe. Logo em seguida, ela conversou brevemente com a reportagem. “Eu não sei [o que aconteceu]. Quando eu estava cumprimentando o chefe da Casa Civil [Otomar Vivian], eu vi que começou uma correria. Me empurraram e daí o choque me deu com o cassetete na cabeça”, disse a presidente após o episódio, acrescentando que iria para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) para avaliar o ferimento. Ela ainda lamentou o episódio. “Alguém disse que deve ser alguém infiltrado, eu não sei o que aconteceu…”
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Como sempre a culpa é dos outros. ‘Deve ser alguém infiltrado’ é piada. Forçaram a entrada, como sempre, para provocar reação e gerar mídia e vitimização. É um filme que já passou inúmeras vezes.