De novo é o ótimo sítio especializado Congresso em Foco que traz à luz essa questão. A dita fidelidade partidária, devidamente regrada por lei que cria grandes dificuldades aos vira-casacas, ainda assim conseguiu ser ferida por um bom punhado de deputados e senadores.
Fico a imaginar duas coisas: uma, e se a lei não existisse? Outra, como era antes, sem a legislação – que agora já querem mudar, para facilitar a vida dos infiéis? Pooois é. Vale a pena ler a reportagem, bastante elucidativa, assinada por Edson Sardinha e Mário Coelho. A seguir:
“Apesar da fidelidade, quase 100 trocaram de partido…
… A Justiça eleitoral freou, mas não conseguiu acabar com o troca-troca partidário no Congresso. Na legislatura marcada pela imposição da fidelidade partidária pela Justiça eleitoral, quase uma centena de parlamentares mudou de partido.
Ao todo, 79 deputados e 11 senadores migraram de legenda entre janeiro de 2007 e dezembro de 2010. Desses 90 congressistas, 53 trocaram de sigla após os prazos estabelecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como marco da fidelidade partidária e estariam sujeitos, em tese, ao risco de perderem o mandato. Mas apenas dois deles foram cassados: Walter Brito Neto (PB) e Robson Rodovalho (DF) – o segundo ainda conseguiu concluir o mandato porque entrou com recurso.
Os dados fazem parte de levantamento exclusivo feito pelo Congresso em Foco. Os números demonstram, porém, uma queda acentuada em comparação com a legislatura anterior, quando o troca-troca era livre e generalizado. De janeiro de 2003 a dezembro de 2006, foram registradas 285 mudanças de partido apenas na Câmara. Naquele período, 193 deputados trocaram de sigla; 70 deles ao menos duas vezes. Ou seja…”
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