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COVID. Cechin quer que Pozzobom compre remédios sem comprovação científica para ‘tratamento precoce’

Vanderlei Araujo, Sergio Cechin, Cida Brizola e João Ricardo Vargas (da esquerda para a direita) reivindicam que o prefeito Jorge Pozzobom coloque à disposição dos santa-marienses, via SUS, hidroxicloroquina, azitromicina e zinco e ivermectina

Por MAIQUEL ROSAURO (com fotos de Divulgação), da Equipe do Site

O vice-prefeito de Santa Maria Sergio Cechin (PP) e os vereadores da bancada progressista – Cida Brizola, João Ricardo Vargas e Vanderlei Araujo – querem que a Prefeitura adquira medicamentos sem comprovação científica para “tratamento precoce” da covid-19 e os coloque à disposição da comunidade via Sistema Único de Saúde (SUS). A intenção foi protocolada nesta quarta-feira (29).

No documento, assinado pelo quarteto, é sugerido ao prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) que utilize parte da verba destinada ao tratamento da covid-19 para aquisição dos medicamentos hidroxicloroquina, azitromicina e zinco e, profilático, como ivermectina.

“Assim, os remédios poderiam ser utilizados no tratamento precoce da doença. É importante destacar que a disponibilização dos remédios só seria permitida por meio da prescrição médica e interesse do paciente”, postou Cechin no Facebook.

Pedido dos progressistas foi protocolado na Prefeitura nesta quarta-feira (29)

Hidroxicloroquina

A pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Ministério da Saúde recomenda o tratamento precoce contra a covid-19. O protocolo da pasta (AQUI) defende o uso de cloroquina ou hidroxicloroquina para todos os casos, dos mais leves aos mais graves, mesmo sem comprovação científica.

A hidroxicloroquina é um fármaco usado na prevenção e tratamento de malária sensível à cloroquina. Especialistas não recomendam seu uso para tratar a covid-19.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), por exemplo, publicou informe (AQUI), em 17 de julho, no qual salienta como urgente e necessário que “a hidroxicloroquina seja abandonada no tratamento de qualquer fase da covid-19”.

A SBI ainda complementa: “os agentes públicos, incluindo municípios, estados e Ministério da Saúde reavaliem suas orientações de tratamento, não gastando dinheiro público em tratamentos que são comprovadamente ineficazes e que podem causar efeitos colaterais”.

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) também segue na mesma linha. Em 22 de julho a entidade publicou uma nota (AQUI) em que expressa: “não podemos subestimar o fato de não existirem na literatura evidências clínicas suficientes para indicação das drogas cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina ou ivermectina, na profilaxia ou tratamento etiológico de casos de covid-19 de qualquer gravidade”.

No caso específico da cloroquina e hidroxicloroquina, a SBPT ainda salientou que “os dados disponíveis não apenas apontam para falta de efetividade da referida droga, como também sugerem riscos de efeitos adversos em pacientes predispostos”.

Na última quinta (23), a revista New England Journal of Medicine publicou estudo, com a participação de 665 pessoas de 55 hospitais brasileiros, o qual demonstra que o uso de hidroxicloroquina sozinha ou associada com azitromicina não melhorou a evolução clínica de pacientes hospitalizados com quadros leves a moderados de covid-19 (AQUI).

Azitromicina

A azitromicina é um antibiótico usado no tratamento de várias infecções bacterianas. Entre as indicações mais comuns estão o tratamento de otite média, faringite estreptocócica, pneumonia, diarreia do viajante e outras infeções intestinais

Segundo a SBI, em informe publicado no dia 30 de junho (AQUI)  a associação da hidroxicloroquina com o antibiótico azitromicina foi descrita em estudos observacionais e não trouxe benefícios clínicos. Além disso, os dois medicamentos estão associados ao prolongamento do intervalo QTc no eletrocardiograma, que predispõe à arritmia cardíaca.

“O uso combinado pode potencializar esse efeito adverso, com eventual desfecho clínico fatal, especialmente em pacientes com doenças cardíacas, uma vez que a própria infecção pela covid-19 pode causar dano ao órgão. Também se deve levar em consideração que antibióticos não têm indicação em infecções virais; seu uso indiscriminado e inadequado favorece a resistência bacteriana. O potencial benefício clínico do efeito “anti-inflamatório ou imunomodulador” da azitromicina em pacientes com covid-19 ainda está por ser comprovado”, diz a nota da SBI.

Zinco

O zinco é um micronutriente indispensável para o funcionamento adequado do organismo humano, importante para o aumento da imunidade e o bom funcionamento do organismo. É encontrado em alimentos como nozes, amêndoas, castanha-do-pará, ovo, frutos do mar, fígado, espinafre e banana.

A Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) divulgou posicionamento (AQUI) a respeito de micronutrientes e probióticos na infecção por covid-19, o que incluiu uma análise detalhada sobre vitamina A, vitamina C (ácido ascórbico), vitamina D (colecalciferol), zinco, selênio e probióticos; no qual afirma: “importante enfatizar que nenhum desses nutrientes trata diretamente a infecção pelo covid-19”.

Ivermectina

A ivermectina, outro remédio sugerido pelos progressistas, é um fármaco usado no tratamento de vários tipos de infestações por parasitas. Entre elas estão a infestação por piolhos, sarna, oncocercose, estrongiloidíase, tricuríase, ascaridíase e filaríase linfática.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nota de esclarecimento (AQUI), em 10 de julho, no qual afirma que não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento da covid-19, bem como não existem estudos que refutem esse uso.

“Até o momento, não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da covid-19 no Brasil. Nesse sentido, as indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento. Cabe ressaltar que o uso do medicamento para indicações não previstas na bula é de escolha e responsabilidade do médico prescritor”, diz a Anvisa.

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2 Comentários

  1. iNDUSTRIA FARMACEITUCA, E IMPRENSSA estão contra CLOROQUINA0- ISSO É NOTORIO, E TODO BRASILEIRO PERCEBE..

    A CIÊNCIA não e exata, existe correntes, alem disso a industria farmacêutica é muito poderosa, é muito fácil pagar para não chegar aos resultados esperados

  2. Mais cortina de fumaça. Como a dita ação no STF que até as pedras da Rio Branco desconfiam que vai dar em nada.
    Saúde no município depois do Covid, educação, buracos nas ruas, desenvolvimento econômico, decadência da aldeia, elefantes brancos por todos os lados, etc. Estes devem ser os assuntos, não importar cortinas de fumaça ou adiantar 2022.
    Site está malhado, a chapa é branca mas existem tons de vermelho. Ataques sistemáticos a candidatura de Cechin, logo ele deve estar fazendo alguma coisa certa ou tem alguma vantagem. Ou seja, este incomodando.
    Não tenho acesso aos bastidores, alguém uma hora destas vai escrever o que não está sendo dito.

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