Da Redação do Correio do Povo, com JESSICA HÜBLER e foto de Reprodução
A Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) divulgou, nesta quinta-feira, os resultados da oitava – e última – etapa da pesquisa sobre a prevalência do coronavírus em solo gaúcho. Segundo os dados, estima-se que 156.753 pessoas têm o vírus ou já foram infectadas recentemente no Rio Grande do Sul, o que corresponde a um caso de infecção pela Covid-19 para cada 72 habitantes. O resultado é equivalente a 1,4% da população gaúcha. Os dados da pesquisa foram apresentados pelo reitor da UFPel, Pedro Hallal, e pela coordenadora do Comitê de Dados do governo estadual, Leany Lemos.
De acordo com o reitor da UFPel, Pedro Hallal, os dados da fase oito da pesquisa identificou que a velocidade do coronavírus está diminuindo no Estado, após alcançar o pico da aceleração entre maio e julho. “Não é que coronavírus está diminuindo, mas ele está desacelerado. O que é uma ótima noticia”, afirmou. O reitor ainda recomentou a ampliação da testagem PCR e um olhar mais atento à situação “particularmente preocupante” da cidade de Canoas.
A pesquisa de amostragem populacional aplicou 4,5 mil testes rápidos em moradores de nove cidades gaúchas, garantindo a cobertura de 1/3 da população (30%) do RS. Deste volume de testes, foram registrados 62 positivos (1,38%). A maior concentração dos casos positivos está em Canoas, com 19 casos identificados, seguido de Passo Fundo com 10 casos, e Porto Alegre com nove moradores positivados. Os testes foram aplicados entre 4 e 6 de setembro, mas representam uma leitura epidemiológica de 14 dias atrás.
A partir desta fase da pesquisa, os cientistas envolvidos no estudo fizeram um ajuste na identificação dos casos positivados. Conforme explicou Hallal, a ciência descobriu que os anticorpos do coronavírus não duram muito tempo para serem diagnosticados em casos de quadro leves de infecção. “Uma pessoa que teve quadro leve em março e abril, por exemplo, pode não ser detectada pelo teste porque a quantidade de anticorpos não é suficiente.” O nova descoberta da literatura, segundo ele, não se aplica aos pacientes que tiveram uma exposição maus grave do vírus ou que estão contaminados no momento do teste.
Ainda não há confirmação sobre novas fases do estudo mas, segundo Leany, a intenção do governo do Estado é de que o acordo com a UFPel seja renovado pelo menos para garantir mais duas fases da pesquisa. “Podem ser mais duas ou mais quatro fases, o acordo ainda não foi assinado, depende da disponibilidade de testes e das questões de financiamento da coleta, mas a intenção é ter pelo menos mais duas fases”, ressaltou.
O Epicovid-19, único estudo populacional sobre coronavírus no mundo a realizar oito fases de acompanhamentos com a população das mesmas cidades, é coordenado pela UFPel e pelo Governo do Estado Rio Grande do Sul, com apoio de doze universidades públicas e privadas. A pesquisa conta com financiamento do Banrisul, do Instituto Serrapilheira, da Unimed Porto Alegre e do Instituto Cultural Floresta.
Distanciamento Social
Os dados apurados na oitava etapa da pesquisa Epicovid-19 apontam uma estabilização a partir de junho do isolamento social no Estado. As cidades que mais respeitaram o isolamento, segundo a pesquisa, são Pelotas, Porto Alegre e Uruguaiana. Na contramão, Santa Cruz do Sul e Caxias são os dois municípios onde menos há o recolhimento da população nas residências.
Volta às aulas
O reitor da UFPel afirmou que, apesar dos dados da Epicovid-19 apresentarem uma menor velocidade de contaminação em solo gaúcho, não vê o momento atual propício para o retorno das aulas presenciais no Rio Grande do Sul. Na opinião dele, a retomada deveria ocorrer apenas em 2021. “Acho que não é hora de retomar as atividades escolares. Temos que ter uma queda consistente de óbitos por um período maior”, destacou…”
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