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PAÍS. Para eleger Presidente da Câmara, Bolsonaro negocia Ministério da Saúde com o notório ‘Centrão’

Atual titular do cargo receberia prêmio de consolação: terá a quarta estrela

Pazuello, nomeado por Bolsonaro, deverá ser promovido no Exército e assumir comando em Manaus (foto Isác Nóbrega/Divulgação)

Reproduzido do portal especializado Congresso em Foco / Por Sylvio Costa

As negociações para eleger Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Câmara dos Deputados envolvem a entrega ao Centrão de um dos órgãos federais de maior orçamento: o Ministério da Saúde, cujas despesas no ano passado alcançaram o valor total de R$ 150,62 bilhões segundo o Portal da Transparência, da Controladoria-Geral da União (CGU).

O atual ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, perderá o cargo, mas ganhará uma promoção. General de brigada (três estrelas), conquistará a sonhada quarta estrela do posto máximo da carreira em tempo de paz, o de general do exército (o Exército tem ainda a patente de marechal, de uso restrito em caso de guerra).

Conforme entendimentos relatados ao Congresso em Foco, caberá ao Progressistas (PP), partido de Lira, indicar o sucessor de Pazuello. O mais cotado para o seu lugar é o paranaense Ricardo Barros, hoje líder do governo na Câmara e que foi ministro da Saúde de maio de 2016 a abril de 2018, durante o governo Temer. Barros exerce o sexto mandato de deputado federal e serviu como líder ou vice-líder a todos os governos desde Fernando Henrique Cardoso (1995/2002).

Sua nomeação é aguardada com ansiedade por parlamentares do Centrão, que também reivindicam o Ministério da Cidadania. O bloco, que reúne cerca de 200 deputados, tem como núcleo duro as bancadas do PP (41 integrantes), do PL (43), do PSD (35) e do Republicanos (32), mas também costuma arrastar em suas articulações Solidariedade (14), PSC (10), PTB (10), Avante (8) e Patriota (6), estendendo o seu alcance muitas vezes ao DEM e ao MDB, além de abranger quase toda a bancada evangélica.

Na política brasileira, o nome “Centrão” remonta ao governo Sarney (1985/1990) e aos trabalhos legislativos que culminaram na Constituição Federal de 1988. Reunindo parlamentares e partidos de perfil conservador ou de centro, o grupo foi constituído para obter melhores resultados na arte de arrancar favores palacianos em troca de votos favoráveis às propostas de interesse do governo. Nasceu invocando inspiração religiosa. Um dos seus criadores, o ex-deputado paulista Roberto Cardoso Alves, se dizia devoto de São Francisco e, sobretudo, do famoso preceito bíblico: “é dando que se recebe”.

Esse tipo de política envolve a entrega de cargos a apadrinhados e a liberação de recursos para obras nas bases eleitorais dos congressistas, duas moedas decisivas para aumentar o cacife pessoal e as chances de reeleição de qualquer parlamentar.

Jair Bolsonaro fez campanha e passou os seus primeiros meses como presidente recusando-se a aceitar tal prática, também conhecida como “toma lá dá cá” ou fisiologismo. Converteu-se plenamente a ela, porém, em maio de 2020, ao receber Arthur Lira e se comprometer a apoiá-lo na disputa para presidir a Câmara. Foi um passo fundamental para afastar do horizonte o risco de impeachment, num momento em que a popularidade presidencial declinava, no rastro das suas manifestações pró-ditadura e da forma como tem lidado com a pandemia…”

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Um Comentário

  1. Negocia. Negociações. Ministro perderá o cargo. Ganhará a quarta estrela. Foi rebaixado, virou general de brigada sendo general de divisão (é general de divisão, se ganhasse mais uma estrela viraria general de exercito). Detalhe: existe fila para promoções e lista. Neste nível é votado no alto comando, os 12 generais de exercito da ativa. Pazuello foi promovido em 2018, tem quatro anos para ir adiante ou ir para a reserva.
    Resumo da ópera: ‘noticia’ que periga ser verdade.

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