O mundo isolou Putin – por Giuseppe Riesgo
“Guerra nefasta e injustificada revela o que os liberais não cansam de alertar”
Essa é a primeira guerra em meio ao mundo digital. Até então, o que tínhamos eram confrontos num mundo analógico e pouco conectado. Ou seja, é a primeira vez que temos uma guerra dessa magnitude num mundo dinâmico e absolutamente globalizado.
Se antes as sanções comerciais se davam no âmbito físico e tributário (portos, aeroportos e alfândegas), agora ocorrem digitalmente e, por óbvio, de forma muito mais rápida e eficaz (se a cooperação internacional assim desejar, claro).
Por isso, hoje, essa é a raiz dos problemas da Rússia e de boa parte dos demais países europeus. Essa guerra, para além do aspecto militar, é também energética. Ou seja, sanções econômicas que isolam a autocracia de Putin, obviamente, refletem sobre aqueles países dependentes dos russos e suas matrizes energéticas (leia-se: petróleo e gás natural).
Mas de quais sanções estamos falando? São várias, mas as de maior impacto global se dão no âmbito do sistema financeiro. O que EUA e os demais países da União Europeia estão fazendo é congelar as reservas internacionais russas, bem como o tráfego monetário do país com o resto do mundo. Isso vem sendo feito através da exclusão dos bancos comerciais e do Banco Central da Rússia do Sistema Swift; uma rede de cooperação internacional que funciona como um canal de comunicação financeira global entre as mais distintas instituições bancárias.
Logo, a exclusão do sistema financeiro russo, é o mesmo que isolar o país da entrada de moeda internacional e, consequentemente, impossibilitar que o país utilize suas reservas internacionais (de mais de US$ 650 bilhões) para manipular o câmbio e evitar uma maxidesvalorização – normais em tempos de guerra – do rublo, a moeda nacional russa.
Por isso, mesmo com a dependência dos demais países europeus do petróleo e do gás natural russo (para além de outras commodities e produtos), o conflito e o isolamento geopolítico que Putin está legando ao próprio povo tende a afastar investimentos estrangeiros e isolar os russos no comércio internacional. Não é à toa que o rublo já tenha se desvalorizado mais de 30% em poucos dias e que as taxas básicas de juros tenham subido de 9,5% para 20% no mesmo período.
A guerra nefasta e injustificada de Putin revela o que os liberais não cansam de alertar: o coletivismo nos relega apenas despotismo à revelia dos interesses da população. O resultado não é tão difícil assim de prever. Miséria e morte para russos, ucranianos e quem mais desafiar o autoritarismo de Putin.
As sanções são importantes no intuito de frear a expansão desumana das tropas russas. No entanto, acabam por prejudicar aqueles que pouco ou nada tem a ver com isso. O coletivismo vitima, justamente, a quem apenas quer se reconhecer como indivíduo. Um direito básico, inalienável e que, infelizmente, em pleno século XXI, ainda precisa ser reiterado. É mais um triste e lamentável episódio coletivista na história da humanidade.
(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site às quintas-feiras.
Não se deixa um inimigo sem saida, não se deixa um inimigo sem nada para perder e não se subestima um inimigo. Se tivesse que apostar Russia e pelo menos a China tem alguma coisa negociada. Diria que depois de terminada a guerra algo mais está acertado. Exportar democracia leva a conflitos. Vermelhinhos apoiam, ainda que veladamente, Putin. Anti-americanismo pelo que os ianques fizeram acertadamente (não para eles, obvio) no passado. Os demais tem que se preocupar com o que os EUA farão no futuro. Se os chineses não tem o direito de decidir unilateralmente os rumos do planeta os ianques também não. Liberais prometem muita coisa e outra religião promete 72 virgens no céu. Faz parte.
Desinformação e propaganda é o que mais se ve. ‘Professores universitarios, alunos de pos graduação, advogados, todos pegaram em armas. a população resiste’. Olhando para a cidade e imaginando um bando de bunda moles pegando um fuzil de manha para enfrentar o exercito russo de tarde. Quantos iriam matar um colega, dar um tiro no pe ou sujar as calças no primeiro disparo? Segundo aspecto é que não importa, se alguem for enfrentar o invasor pode ser eliminado. Se estiver em cima de um predio azar de quem estiver lá. E o tipo de coisa que não se improvisa. Vide Israel e Suiça.
Cenario. Cai Putin. Seria substituido por um mais linha dura? Haveria caos? Ou seria substituido por um marionete dos EUA que tentaria entrar na CE/Otan? A China aceitaria esta ultima situação ‘de boas’? Russos não são humanos?
Masha Gessen, jornalista russo americana, afirmou que o ocidente está enganado no que se refere as sanções. Fazer a mesma coisa e esperar resultado diferente é insanidade. China tem Cross-Border International Payments System (CIPS). Será utilizado? E as cripto moedas? As repercussoes eleitorais do lado de ca, quais serão? Ou alguém acha que as populações ocidentais irão passar perrengue indeterminadamente por conta dos ideais ‘bonitos’ da classe media/alta?