A absurda afirmação de um dirigente de empresa privada de saneamento – por João Luiz Vargas
Articulista contesta afirmações de consultor e sócio da Cristalina Saneamento
Em entrevista para a Coluna + Economia, de Marta Sfredo, no jornal Zero Hora, o Sócio da empresa Cristalina, Yves Besse, disse que a “Corsan não tem capacidade econômico-financeira para atender o marco legal” – o que para mim é um verdadeiro absurdo.
Como prefeito de São Sepé, e com a experiência acumulada de longos anos na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas do Estado, sei da importância de uma prestadora de serviço pública no setor de saneamento.
Desde o início da discussão sobre a privatização da companhia, o Governo do Estado pintou uma falta de dinheiro de 1 bilhão por ano; mas o que nunca se escuta são os investimento em obras, uma vez que o serviço de saneamento se paga, pelo que parece, já que a Corsan dá cerca de R$ 300 milhões de lucro anualmente. Com ações tributárias, a empresa pública conseguiu no ano passado R$ 1,4 bilhão de ativos. Bem verdade, a Corsan é uma jóia gaúcha.
Outro assunto que vale destacar quando a pauta é a Corsan, é o olhar para o lado social que a companhia nunca deixou de lado. E esse sempre foi o maior motivo para que eu defendesse a Corsan pública – os investimentos para as populações mais pobres.
(*) João Luiz Vargas, prefeito de São Sepé (ex-deputado, ex-presidente da Assembleia Legislativa e ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado), escreve no site às sextas-feiras.
O principal lado social da empresa são os 200 milhões em passivos trabahistas. Segundo é o buraco de 700 milhões para o fundo de previdencia. Os dois evidencia falta de gestão. Esgoto em Camobi, com financiamento da CEF, vai levar mais de uma decada para ficar pronto. Resumo da opera: população paga mais caro, triplo ou quadruplo do preço, só para satisfazer a ideologia ‘não importa o quanto custa e nem se é eficiente, o importante é que é feito pelo Estado’.