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UFSM. Instituição deverá entrar em 2023 com déficit de R$ 12 milhões, fala a vice-reitora Martha Adaime

“O que queremos do país se a educação não é prioridade?”, clama a docente

Martha, no “Ponto de Pauta”: o orçamento de 2022 (não integralizado ) “já foi R$ 12,5 milhões menor que o de 2021” (Foto Reprodução)

Por Fritz R. Nunes / Da Assessoria de Imprensa da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm)

Mesmo após o desbloqueio de parte de recursos do orçamento da UFSM, a instituição deve adentrar o ano de 2023 com um déficit na casa de R$ 12 milhões. A informação foi repassada pela vice-reitora, professora Martha Adaime, em entrevista ao programa Ponto de Pauta, da Sedufsm, disponível no site e também no canal do Youtube, cujo título é “A situação orçamentária das universidades brasileiras”.

Em seu depoimento, Martha destacou que o decreto de contingenciamento de 30 de setembro, que causou grande reação de reitores (as) e da comunidade universitária país afora, e que depois teve um recuo governamental, “não foi o primeiro e nem o último”. A vice-reitora lembra que no primeiro semestre houve um bloqueio de R$ 9 milhões, que foi sucedido de novo contingenciamento de R$ 9 milhões, e uma posterior liberação de R$ 4,5 milhões. Portanto, foi o terceiro bloqueio de 2022.

Ela ressaltou ainda que os cortes orçamentários vêm ocorrendo pelo menos desde 2014, mas se acentuaram nos últimos anos. Martha cita que o orçamento de 2022 já foi R$ 12,5 milhões menor que o de 2021, sendo que o do ano passado já havia sido também reduzido comparado a anos anteriores. Só o de 2020 foi um “ponto fora da curva”, ou seja, um pouco maior, em função de necessidades sanitárias em função da pandemia. A vice-reitora fez um convite para quem quiser ver os dados da instituição, que podem acessar o site da Pró-Reitoria de Planejamento, que disponibiliza todas as informações.

Em seu depoimento, a dirigente da UFSM manifestou indignação em relação a notícias falsas que circulam sobre os recursos da instituição. Segundo ela, há quem critique a universidade por reclamar de ter um corte de R$ 5,8 milhões, quando o orçamento ultrapassa 1 bilhão de reais. Martha Adaime enfatiza que a verba da instituição usada para custeio, encargos gerais, fica na faixa entre 130 e 140 milhões de reais.

O valor que ultrapassa 1 bi se refere a outros gastos, como por exemplo, o que trata da folha de pagamento global. E nem há que se falar em altos salários, pois os vencimentos de servidoras e servidores não são corrigidos há cerca de cinco anos, sendo corroído com o impacto cotidiano da inflação.

Impactos dos cortes

Questionadas sobre alguns dos impactos dos cortes no orçamento, Martha Adaime elencou alguns:

– Demissão de terceirizados(as). Segundo a vice-reitora, em 2022 foram extintos 300 postos de trabalho. E ela pergunta, mas por que há tantos terceirizados e terceirizadas na UFSM? E Martha mesmo responde: porque há algum tempo não há reposição de servidores para diversas funções, o que obriga gestores a contratar empresas de terceirização.

Em função desse enxugamento obrigatório, explica ela, “temos menos serviço de portaria, menos motoristas. Vai mudando a nossa vida interna”. Ela comenta que a UFSM, pelo seu tamanho, requer um trabalho minucioso, como por exemplo, o corte da grama.  “A UFSM é um belo de um jardim, sempre bem conservada, com um campus bem cuidado e que a comunidade se beneficia disso”, frisa. E complementa: “Acentuando esses cortes, vamos acabar nos tornando um campus ‘desleixado’.”

Na entrevista ao Ponto de Pauta, que pode ser assistida abaixo, na íntegra, Martha Adaime destacou os impactos do contingenciamento de verbas em áreas como ensino, pesquisa e extensão. A pró-reitora afirmou que a gestão tem buscado formas de evitar que a assistência estudantil seja afetada. Contudo, a cada novo bloqueio, a situação só piora, sublinha ela.

Confira a íntegra do Ponto de Pauta:

PARA LER NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

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