Por que devemos evitar a volta do PT ao Poder? – por Giuseppe Riesgo

Nas relações de poder em uma república é consensual que a orquestração de um sistema tripartite é importante para preservar as boas relações entre o Estado e o seu povo, bem como para o bom desenvolvimento da democracia representativa. Ou seja, é de um sistema que privilegie os “freios e contrapesos” entre Executivo, Legislativo e Judiciário que teremos uma relação menos imperiosa dos governos para com a população que, lembremos, é quem paga a conta.

Por esse motivo, dada nossa herança patrimonialista – tema que já tratei aqui na coluna -, a vigilância na condução da coisa pública é especialmente primordial. A renovação que obtivemos nos parlamentos estaduais e na formação do Congresso, por exemplo, pode ser um sopro de esperança na retomada de poder do Legislativo que, há tempos, devido ao fisiologismo pluripartidário, vem perdendo seu papel fiador nessa balança entre os três Poderes da República.

No entanto, o futuro de um outro Poder está em xeque nesse momento: o Executivo. A volta de Lula e do PT ameaça esse equilíbrio e uma breve retomada do histórico das administrações do Partido dos Trabalhadores já evidencia os perigos à democracia que a volta deles representa.

O mensalão e o petrolão não foram apenas esquemas de corrupção. Em ambos os casos, o PT, sob a liderança de Lula, tentou cooptar o estado democrático de direito através da supressão de um Poder pelo outro. Na primeira vez, no mensalão, um esquema sorrateiro foi gestado para comprar parlamentares e, assim, o Legislativo como um todo, na busca de controle da República e sua relação entre os Poderes.

Já no petrolão, o PT fatiou as estatais e as distribuiu entre diversos partidos da base do governo enquanto, concomitantemente, inundou empreiteiras e empresas amigas do governo com crédito barato e farto, além de gestar um amplo (e caro) programa de obras públicas que beneficiava justamente essas mesmas empreiteiras partícipes do esquema. O preço? Que essas empresas inundassem com doações financeiras as campanhas dos partidos aliados no Congresso e o próprio PT. Um esquema de aparelhamento e corrupção sem fim. Uma nova tentativa de subverter o Poder Legislativo e controlar 2/3 dos Poderes Constituídos.

Além disso, o PT surrupiou o sonho dos brasileiros. Com uma política econômica irresponsável e insustentável, sinalizou ao povo uma melhoria nas condições de vida que nem o próprio PT conseguiu manter -, basta que lembremos dos resultados sociais do trágico Governo de Dilma Roussef. O resultado? Um governo que tirou milhões da pobreza por cinco anos, mas que devolveu esta mesma população à pobreza por outros vinte. Uma desumanidade sem precedentes e típica do populismo político-partidário do Partido dos Trabalhadores.

Por isso, a volta de Lula e do PT deve ser evitada a todo custo. E esse movimento precisar vir das urnas. É no usufruto da democracia que nós precisamos dar um recado – enquanto povo -, que repudiamos a corrupção, o clientelismo e o populismo do PT. Se queremos superar a nossa tradição patrimonialista, precisamos repelir, no dia 30/10, a volta do “grande esquema” petista que tanto nos assombrou por mais de 15 anos ininterruptos. Chega de populismo e servidão para com a população brasileira.  

(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.