A retórica progressista – por Giuseppe Riesgo
A política virou uma guerra por narrativas. A bem da verdade, isso não é um fenômeno recente. No entanto, de uns tempos para cá, sinto que o assunto passou da mera disputa eleitoral para o centro da nossa sociedade, afetando o tecido social. Não é mais um assunto do marketing eleitoral; uma contingência das disputas políticas. Pelo contrário. Ultimamente, o fenômeno serve a uma agenda que, por sua vez, obedece a um propósito: controlar as massas e subverter valores caros à civilização ocidental.
Assim, o domínio de termos e sua desconstrução passou a dominar as nossas instituições e a nossa formação cultural. O desmonte da língua portuguesa, os neologismos e a linguagem neutra não surgem do nada. O objetivo é claro: descontruir os padrões sociais e, consequentemente, gerar o caos. Afinal, conceitos como a da propriedade, da família e da tradição judaico-cristã, passam a soar como velharias aos interesses da comunidade. Um ultraje à modernidade. Coisa de gente ultrapassada. Meros elementos propagadores de opressão às minorias e má distribuição de oportunidades e renda. O remédio para isso tudo: acabar com tais padrões de opressão e recomeçar do zero.
E assim, reina a subversão que vemos nos dias de hoje. O intuito não é a diversidade, mas digladiar a sociedade. Através da linguagem, do domínio político-cultural e do coletivismo avançar uma agenda que coloca uns contra os outros: negros contra brancos, homens contra mulheres, homossexuais contra heterossexuais, etc., etc., e etc. Assim, conflitamos a sociedade e deixamos a cooperação de lado. Consequentemente, acabamos com o livre mercado e os avanços sociais dos últimos séculos. Em nome da diversidade – a essa altura, um mero eufemismo –, vamos destruindo com tudo que nos trouxe até aqui: propriedade, família, cristianismo e livre mercado.
Só que essa receita nos leva ao caos, ainda que apelidado de progressismo. Nada do que está aí nos ajudará a sair da pobreza e a combater desigualdades e opressões. A agenda progressista, também encampada pela grande imprensa, nada tem feito de efetivo nesse sentido. Os principais resultados de suas políticas sociais tem sido cizânia social e recessão econômica, geralmente corrigida com a boa e velha ortodoxia conservadora.
Chesterton dizia que a melhor maneira de apreciarmos alguma coisa é dizermos a nós mesmos que a podemos perder. Os avanços socioeconômicos e o progresso civilizacional são o nosso legado para as próximas gerações. Vitórias movidas pela força da tradição e do compromisso com a comunidade e com os mais próximos. Valores que, infelizmente, são vilipendiados por uma elite intelectual ressentida e, acima de tudo, ingrata. São essas narrativas políticas que, pelas mesmas vias, nós temos o dever de combater.
(*) Giuseppe Riesgo é deputado estadual e cumpre seu primeiro mandato pelo partido Novo. Ele escreve no Site todas as quintas-feiras.
Fora do texto ficou a ‘novilingua’. A ideologia de sempre com vocabulario novo porque o antigo lembra os fracassos. O que é um ‘rentista’? No imaginário vermelho é alguém que não precisa vender a propria força de trabalho. Logo, direta ou indiretamente, compra a dos outros. Logo é um capitalista. Alás, bom rever Chernobyl na HBO. O preço da mentira.
Mimimi não é retorica tampouco. Mentiras, desqualificações, assassinato de reputações, cancelamentos, teorias da conspiração, afirmações sem base nenhuma (‘jovens empresarios criarão o novo capitalismo’, pois bem, cite o nome de cinco), apelo a autoridade, desinformação, a lista das ferramentas ‘intelectuais’ (por falta de palavra melhor) destas criaturas é bastante escasso. E, obvio, ninguém vive num argumento, as contas serão pagas em moeda sonante e não com ‘sonhos’ (que para alguns são pesadelos).
De novo, nem todo discurso é ‘retórica’. Desde a velha Atenas a retórica junto com a gramática e a logica formou o que ficou conhecido como trivium. Alás, dos Vermelhos não se espera muita logica, é só esperar no discurso ou ler algumas linhas a mais para descobrir alguma contradição.