Por Ricardo Bonfanti / da Agência de Notícias da UFSM
Em um sistema pioneiro para prédios públicos no Brasil, a UFSM inaugurou na manhã de quarta-feira (8) o sistema fotovoltaico com armazenamento de energia no bloco 60 da Casa do Estudante Universitário (CEU). Resultado do projeto de pesquisa e desenvolvimento coordenado pela UFSM “Valoração dos impactos da geração distribuída no equilíbrio econômico-financeiro da distribuidora com proposição de novos modelos de negócio e mudança regulatória nacional”, com financiamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da CEEE Equatorial Energia, também foi instalado um sistema fotovoltaico no Instituto de Redes Inteligentes (INRI), do Centro de Tecnologia (CT), que já está em operação.
No bloco 60 da CEU foram instalados 20 kWp (quilowatt-pico) de módulos fotovoltaicos, enquanto no INRI foi instalado um conjunto de 10 kWp. O investimento em três sistemas fotovoltaicos de 10 kWp, integrados com banco de baterias de íons de lítio, com capacidade de 10 kWh (quilowatt-hora), foi de R$ 274.491,00, provenientes do projeto de P&D Aneel financiado pela CEEE Equatorial Energia, via chamada pública.
Sistema pioneiro
O professor Mauricio Sperandio, um dos coordenadores do projeto, ressalta que esse é um sistema pioneiro para prédios públicos no Brasil. A principal diferença é o uso de um inversor híbrido, que, além de adequar a geração fotovoltaica para a rede elétrica, também gerencia um conjunto de baterias de íons de lítio, permitindo o armazenamento e a gestão da energia produzida. Numa instalação fotovoltaica convencional, o excedente de produção vai diretamente para a rede elétrica da concessionária. Outros sistemas com armazenamento mais antigos usam bateria de chumbo-ácido, muito mais pesadas e volumosas, e ainda dependem de um outro equipamento para fazer o gerenciamento da carga/descarga.
“Esses sistemas híbridos, além de gerar energia, permitem armazenar quando houver excedente, para uso à noite, ou quando faltar energia da rede, por exemplo”, explica o professor. Além disso, quando houver desligamento de fornecimento da rede elétrica, as baterias fornecerão energia para algumas tomadas (no-break).
Economia em energia
Tanto o sistema da CEU quanto do INRI devem gerar em torno de 3.200 kWh/mês, resultando em uma economia de pelo menos R$ 17,5 mil por ano em contas de energia elétrica. Além desta economia de recursos, os sistemas fotovoltaicos serão utilizados em pesquisas sobre o desempenho da geração fotovoltaica ao longo do tempo, testes de diferentes estratégias de uso de armazenadores de energia, comparação dos perfis de consumo, entre outros, tanto de TCCs quanto de mestrado e doutorado.
De acordo com Sperandio, há estudos que demonstram a viabilidade técnica e econômica da instalação de até 5.000 kWp de geração fotovoltaica no campus da UFSM, instalada tanto em solo quanto nos telhados de vários prédios. Com as novas instalações, o Campus Sede já chega a quase 600 kWp – já estão em operação uma usina fotovoltaica no Centro de Eventos (400 kWp), outra ao lado do INRI (100 kWp), também nos telhados do Ctism (45 kWp), e mais algumas pequenas em outros prédios.
A escolha do bloco 60 da CEU para receber o sistema se deu pelo fato de ser mais novo, com o telhado em condições adequadas para a instalação, possibilitando um perfil residencial para a utilização. A decisão foi tomada em conjunto com as pró-reitorias de Assuntos Estudantis (Prae) e de Infraestrutura (Proinfra).
UFSM sustentável
Durante a solenidade de inauguração do sistema, no bloco 60 da CEU, o reitor, Luciano Schuch destacou que a UFSM tem um consumo elevado de energia, maior que o de muitos municípios da região, e por isso é importante investir em energias renováveis, contribuindo, ao mesmo tempo, com a pesquisa de novas tecnologias, a formação de profissionais e com o meio ambiente. Ele anunciou que foi apresentado ao novo governo federal um grande projeto para que a Universidade consiga ser sustentável em relação à energia, envolvendo a eficiência na iluminação, geração e perfil de consumo. O projeto deverá envolver mais de R$ 30 milhões. “É um desafio da nossa Instituição”, afirmou Schuch, que agradeceu aos professores que coordenam o projeto com a Aneel e a CEEE Equatorial Energia, à equipe envolvida e às empresas parceiras.
Participaram do ato a pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis, Angélica Iensen, os professores Carmen Brum Rosa, do curso de Engenharia de Produção, e Lucas Bellinaso, do curso de Engenharia Elétrica, que também integram a coordenação do projeto, o administrador do INRI, Paulo Machado, Vitor Marques, da direção da CEU, além de moradores do bloco.
Impacto do projeto P&D
O projeto P&D “Valoração dos impactos da geração distribuída no equilíbrio econômico-financeiro da distribuidora com proposição de novos modelos de negócio e mudança regulatória nacional”, coordenado por Sperandio e pela professora Carmen Rosa, teve início em junho de 2020 e foi concluído em dezembro de 2022. Foi desenvolvida uma plataforma computacional para avaliar os impactos técnicos e econômicos da inserção da geração distribuída (GD) ao longo de 15 anos nos alimentadores da CEEE Equatorial.
Também foram propostos novos modelos de negócio, como o uso de armazenadores e a comercialização dos créditos excedentes de geração. Com esta ferramenta, a concessionária pode preparar a capacidade de hospedagem de GD na rede de distribuição, adequar os montantes de energia adquirida nos leilões de energia, e negociar as tarifas de uso do sistema com o órgão regulador, a Aneel, de forma a manter o equilíbrio econômico-financeiro da companhia e a modicidade tarifária para os consumidores.
Mimimi mimimi, tudo mais comum do que caixa de Maizena. Bateria quase ninguem instala porque é muito caro. Resumo é simples, criatura desembolsa 20 ou 30 mil para instalar na residencia. Com subsidio e com linha de financiamento. Depois a ‘economia’ na conta de energia vai pagando o desembolso inicial. O que leva alguns anos. No caso da UFSM as empresas entraram com a grana (que devem abater de alguma forma nos impostos). Simples assim. Não é dizer que não se faz coisas importantes na UFSM ou que não tem gente trabalhando serio (que dificilmente aparece). É afirmar que o trivial supermarketado pode enganar muitos, mas não todo mundo.