Reproduzido do Site do Correio do Povo / Texto assinado por Felipe Samuel
A formação de um ciclone extratropical intenso entre a Metade Norte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina no meio da semana deve provocar instabilidade e trazer volumes de chuva mais altos, causando alagamentos e inundações. Por conta desse cenário, a Metsul Meteorologia alerta para o elevado risco de cheias de rios e enchentes nos dois estados, além de volumes de chuva perto ou acima da média histórica de precipitação de julho inteiro apenas nesta semana.
A meteorologista Estael Sias, da Metsul Meteorologia, lembra que os gaúchos já registraram uma primeira onda de chuva de volumes acima de 100 mm nas bacias dos rios da metade Norte. “Agora vem uma nova onda de temporais e pancadas de chuva nessa terça e no começo da quarta-feira. E de quarta para quinta com um ciclone com chuva mais generalizada, mais abrangente e com volume alto, trazendo uma segunda leva de chuva volumosa, que deve ter impacto nos rios e trazer risco de cheia, o que deverá acontecer ao longo mais no final da semana”, adverte.
Estael explica que esse ciclone é típico dessa época do ano, mas reforça que ele oferece riscos de vento forte. “É um ciclone extratropical associada a uma frente fria, porém isso não quer dizer que sendo normal não vai ser forte”, afirma. Menos de um mês após a passagem de outro ciclone, que atingiu principalmente Porto Alegre, Região Metropolitana e o litoral gaúcho, o Estado volta a se deparar com outro fenômeno climático. De acordo com a Metsul, o período mais crítico de chuva em Porto Alegre e Região Metropolitana será entre quarta e quinta-feira, quando a precipitação poderá ficar perto de 100 mm nos dois dias.
“O que a gente teve em junho foi um ciclone atípico, de trajetória fora do normal, que avançou de Norte para Sul. Esse ciclone tem uma formação clássica. Começa no continente e depois se afasta para alto mar”, destaca. Conforme Estael, o ciclone será intenso e amplo. “Vai ter uma grande área de abrangência, tanto é que se espera que impacte São Paulo, Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais em relação a vento”, destaca. Ela afirma que é um ciclone “clássico” dentro das condições típicas dessa época do ano.
“Vai trazer risco de vento forte e de chuva volumosa ao Rio Grande do Sul. O ciclone, assim como a frente fria, é o principal gerador de chuva nos meses de inverno, então isso está dentro da normalidade, mas não quer dizer que isso não represente risco”, observa. Segundo a Metsul, a chuva volumosa se dará sobre áreas que recém tiveram chuva em altos volumes entre sexta (8) e sábado (9), quando chegou a chover 80 mm na Grande Porto Alegre e pontos do Noroeste gaúcho, e até 100 mm a 130 mm no Litoral Norte, nos vales e parte do Alto Jacuí.
Os volumes de chuva mais excessivos no Estado vão se concentrar nas regiões que tiveram os maiores volumes no final da última semana e onde está o maior número de rios do território gaúcho: na Metade Norte. Diante desse cenário, a população deve redobrar a atenção para o risco de cheias de rios como o Jacuí, Sinos, Caí e o Taquari.
PARA LER NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.
O que faz lembrar dos radares doppler que a UFSM precisa.