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FUTEBOL AMERICANO. Fisioterapeuta do SM Soldiers: “não têm tantas lesões como as pessoas imaginam”

Ana Luisa Ferraz, há quase 2 anos no time, fala sobre a realidade do esporte

Santa-mariense, a profissional na área (à direita) é responsável pelo departamento médico da equipe (Foto Karin Mendes/Divulgação)

Por Pedro Pereira

No próximo sábado (7), o Santa Maria Soldiers, equipe de futebol americano da cidade, estreia em casa pela 1ª rodada da 14ª edição do Campeonato Gaúcho. Visando o nono título geral e sétimo de forma consecutiva, o esquadrão verde-preto vem se preparando fisicamente, tecnicamente e psicologicamente desde o fim do ano passado. Uma das autoras do trabalho realizado “extracampo” é a fisioterapeuta Ana Luisa Ferraz, atual responsável pelo departamento médico do clube.

Formada no campus da Ulbra situado no Coração do Rio Grande, município onde nasceu, a profissional tem como principal função auxiliar o elenco na prevenção e na recuperação de lesões, sejam elas adquiridas nos gramados ou fora das quatro linhas. Conforme revelado na apresentação dos planos do “Exército” para 2024, ela seguirá contando com o apoio da estudante do curso de Fisioterapia da UFSM, Ana Cláudia Quatrin, para enfrentar os desafios que estão por vir.

Nem tudo é o que parece

A fisioterapeuta está no Soldiers desde junho de 2022 (Foto Gabriel Haesbaert/Soldiers)

A fisioterapeuta faz parte do Soldiers desde junho de 2022. Por conta do futebol americano ser um esporte conhecido pelo excessivo contato físico, ainda mais quando comparado com outras modalidades, a santa-mariense revela que esperava ter muito trabalho com a equipe. Entretanto, surpreendentemente, ela confirma: “não têm tantas lesões como as pessoas pensam”.

A profissional explica que, em função dos equipamentos de proteção utilizados pelos jogadores, o impacto das batidas não resulta em um estrago tão grande quanto deveria. Isso se deve também ao fato de que, justamente pelas disputas envolverem o toque pesado entre os participantes, o atleta sabe bater na mesma medida que aprende a receber a pancada. “Muitas vezes, o prejuízo é menor até mesmo em relação ao futebol de campo tradicional”, contou Ana Luisa

Nestes dois anos em que integra o “Exército”, a fisioterapeuta destaca que, no início, os responsáveis por atuar nas linhas ofensiva e defensiva eram os que mais sofriam lesões. Ela ainda salienta que problemas no ombro, no joelho e no tornozelo, como também nos ligamentos cruzados, são os mais “comuns” na modalidade. O grande causador destas situações no Soldiers, entretanto, diz respeito ao dia a dia dos “Soldados”.

Aos trancos e barrancos

Assim como na grande maioria de equipes do Brasil, nenhum jogador do clube verde-preto é remunerado financeiramente para entrar em campo. O valor recebido por patrocínios e políticas públicas é utilizado para arcar com custos de viagens e infraestrutura da agremiação. Dessa forma, cada jogador tem compromissos individuais relacionados a atividades laborais que podem, inevitavelmente, originar ou agravar questões musculares.

“É bem difícil conciliar. Às vezes, o atleta tem uma lesão de ombro, por exemplo, que não foi causada apenas pelo esporte, mas também pela profissão. Nós temos jogadores que o trabalho exige o uso de força braçal. Então, eles já sofrem com uma carga excessiva de força durante a semana e, no final de semana, quando descansariam, estão usando mais força no futebol americano”, confirmou Ana Luisa.

A necessidade dos adeptos terem um trabalho além da prática da modalidade, em função do amadorismo, também afeta nos métodos de recuperação das lesões. De acordo com a fisioterapeuta, como os atletas não podem parar de trabalhar, é complicado fazer bons tratamentos. “Se eles fossem remunerados no futebol americano, eles não teriam outra profissão. Seria mais fácil”, exemplificou.

De qualquer forma, com dois treinos físicos durante a semana, o time consegue “se virar” com as ferramentas disponíveis e seguir tendo destaque nacional no futebol americano. “A gente não tem o consultório perfeito, o treino perfeito, uma preparação física perfeita, nem a facilidade na prevenção de lesões e porque a gente acaba não conseguindo por ser um esporte amador. Mas com o pouco que a gente tem, é possível fazer um trabalho bem bacana”, concluiu Ana Luisa.

Com a falta de investimento no futebol americano do país, atletas têm profissões além do esporte (Foto Gabriel Haesbaert/Soldiers)

O primeiro compromisso do Soldiers em 2024 tem início previsto para às 14h do próximo domingo (7), no Estádio dos Eucaliptos, mando de campo dos santa-marienses. O confronto é válido pela 1ª rodada do Campeonato Gaúcho, contra o Canoas Bulls. Nesta última semana, a equipe do Coração do Rio Grande anunciou a chegada de Axel Aguirre, do México, como reforço para esta temporada. O leitor pode conferir mais informações sobre o atleta e sobre a agremiação clicando aqui.

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