Uma das fases mais fascinantes da História da América Meridional é a do Período Revolucionário Rio-Grandense, que aconteceu entre o final do século XIX e vai até a terceira década do século XX no Estado mais ao sul do Brasil.
Tanto que as influências desses fatos, atos, personagens e ideologias estão incrustados até hoje na cultura gaúcha, assim como na política brasileira.
Guerra civil, batalhas acirradas, personalidades marcantes, atos de extremo humanismo em um ambiente hostil e de violência extrema. E, sobretudo, uma disputa de ideais nunca vista por esses lados do planeta, pois “ideias não são como metais que se fundem”, como disse Gaspar Silveira Martins, um dos líderes revolucionários de 1893.
Um período polarizado politicamente, de guerras, de revoluções e de conflitos que se estendem até os dias de hoje. Só que, atualmente, essas mesmas batalhas são travadas no campo das ideologias, dos interesses políticos e com muitas, mas muitas mesmo, narrativas falsas. Todas repletas de mitos e lendas.
O certo é que a História do Período Revolucionário Rio-Grandense necessita ser recontada sem a contaminação das paixões políticas e das vinganças pessoais. É condição “sine qua non” para que nós, gaúchos, tenhamos um entendimento mais exato de nós mesmos, de nossa cultura, de como nos organizamos socialmente, do que fomos, do que somos e para onde estamos indo.
E a grande lenda desse período e que representa como nenhuma outra a história dessas lutas fratricidas gaúchas é a da morte e decapitação do mais famoso general maragato e os fatos que aconteceram a seguir.
A última batalha do general
A História conta que, em 10 de agosto de 1894, depois de uma marcha militar de quase três mil quilômetros com muitas batalhas, peleias e refregas, a Coluna Saraiva chega à Região das Missões do Rio Grande do Sul perseguida tenazmente pela temida Divisão do Norte e se une a “montonera” de Prestes Guimarães nos campos do Carovi.
Lá, os rebeldes se colocam em posição estratégica para o combate entorno da grande coxilha e aguardam a chegada do general Dinarte Dorneles e sua tropa revolucionária que vinham da Região Central do Estado praticamente trocando tiros com a vanguarda da cavalaria brigadiana comandada por Fabricio Pilar.
Gumersindo, brilhante estrategista militar, sabe que com a união de sua gente com a de Prestes Guimarães e a do general Dorneles, terá sob suas ordens mais de sete mil guerreiros motivados e duas tropas inimigas para vencer. Sabe também que a Divisão do Norte está atrasada em sua marcha, com dificuldades em transpor o Rio Nhacapetum devido ao volume de água causado pelas fortes chuvas dos últimos dias. Planeja, então, a sua estratégia para o combate.
A ideia era a seguinte: não deixar que as duas colunas militares inimigas se unissem e se tornasse uma força inimiga mais poderosa, antecipando assim, para aquela mesma tarde, o combate com a Brigada Militar de Pilar com total superioridade material e humana.
Para isto, coloca, então, quatro linhas de atiradores em volta da Coxilha do Carovi para darem as “boas vindas” ao Fabrício Pilar e sua gente; ordena para a coluna de Prestes Guimarães um rápido e discreto movimento para se posicionarem na retaguarda da tropa legalista; orienta Dorneles a, quando chegasse na Coxilha do Carovi, permitir a aproximação dos castilhistas, contra-atacar com uma carga de cavalaria seguida de uma rápida retirada para atrair para o combate os brigadianos. E, junto, esconde o grosso de sua lendária cavalaria em sua própria retaguarda para, em determinado momento e a ordem sua, darem a última e derradeira carga em seus adversários.
Depois, no dia 11 de agosto, esperaria tranquilamente a Divisão do Norte para uma batalha final no mesmo local, também em posição privilegiada e com absoluta maioria em número de guerreiros e armas.
Logo após, nos conta o coronel e médico, Ângelo Dourado, em seu clássico livro “Voluntários do Martírio”, Gumersindo iria invadir Santa Maria da Boca do Monte, cortar o contato ferroviário e por telegrafo da cidade com a capital Porto Alegre e, a seguir, se dirigir tranquilamente para Uruguai, onde descansaria a tropa, renovaria a cavalhada e obteria mais armamento e munição para voltar a guerrilha rio-grandense em melhores condições.
E, isto tudo, foi colocado em pratica.
Estava montada mais uma das famosas armadilhas táticas de Saraiva na guerra civil de 1893 que o tornaram conhecido como “Napoleão dos Pampas”.
A morte chega em forma de bala de fuzil
Mas do outro lado havia também um comandante astuto e experiente nas guerrilhas a cavalo sulistas. Fabrício Pilar pressente o perigo, suspende o avanço de sua tropa e monta uma estática linha de defesa.
Aparicio Saravia pede, então, permissão a Gumersindo para uma segunda carga de cavalaria em uma nova tentativa de atrair para armadilha a tropa de Pilar e o regimento de infantaria cearense que o acompanhava. E recebe a ordem de ataque.
Fabrício Pilar mantém a posição defensiva, resiste a carga de cavalaria federalista e, ao mesmo tempo, envia alguns piquetes pelos flancos para obter informações mais precisas sobre contingente, armamento e posição dos rebeldes.
Neste momento, o general Gumersindo Saraiva chega ao topo da grande coxilha do Carovi para acompanhar a carga comandada por seu irmão. Junto com ele, somente seu ajudante de ordens, o major Pianelli, e o seu clarim, para qualquer ordem que fosse necessária.
Neste exato momento também, o piquete sob ordens do coronel santa-mariense Bento Porto contorna a posição dos revolucionários escondido através do interior do Capão do Carovi, hoje conhecido como Capão da Batalha, e chega a uma posição de menos de 200 metros onde estava o mais famoso general maragato e seus ajudantes.
“Fogo no de tordilho, fogo no de tordilho!”, gritou imediatamente o coronel Porto ao ver o mais temido líder rebelde ao alcance de seus rifles. Na hora a fuzilaria vinda do interior do capão missioneiro mata o clarim federalista e fere mortalmente o general revolucionário, que sai rapidamente da mira castilhista auxiliado por seu ajudante de ordens.
Quatro horas depois, a morte do general Saraiva é anunciada pelo médico Ângelo Dourado exatamente entre os chapadões da Fazenda Santiago, já no atual Município de Bossoroca. A batalha é cancelada.
Desmotivadas pela morte de seu líder máximo, as forças de Prestes e Dorneles tomam o rumo da fronteira e o exílio na Argentina. Aparício, em um brilhante golpe tático, retorna ao Planalto Central gaúcho, invade Cruz Alta e atrai o grosso das forças inimigas para fora das Missões, permitindo a fuga de seus companheiros de armas para o país vizinho.
Decretada a morte do comandante, o Estado-Maior de Saraiva se separa da tropa e percorre um trajeto de 55 quilômetros carregando seu corpo por dois dias entre fazendas missioneiras até o Cemitério Santo Antônio dos Capuchinhos, no atual Município de Itacurubi, onde faz seu primeiro sepultamento. O objetivo era não deixar o cadáver do general como troféu de guerra da ditadura castilhista.
Curiosamente, deixam junto na tumba, o dólmã do general rebelde, sua espada e, ainda, uma ata de seu sepultamento com a assinatura e identificação de todo Estado-Maior rebelde.
Uma missioneira maragata
Começa aí a mais extraordinária parte dessa fantástica história. Uma viúva missioneira, Apolinária Cardoso de Souza, que também era proprietária da Estância Velha, com sede vizinha ao cemitério, assiste ao sepultamento e, dois dias mais tarde, é obrigada a indicar o local para a vanguarda da Divisão do Norte.
O corpo de Saraiva é retirado da tumba, exposto nu na estrada a frente do campo santo, suas orelhas são cortadas e se tornam um colar do general Rodrigues, sua espada é disputada entre os oficiais e suas roupas retalhadas para se tornarem souvenir de guerra da soldadesca em transe.
A ordem dada à viúva era que não mexesse no cadáver e muito menos o retirasse da estrada onde estava exposto para servir de “exemplo” aos inimigos do governo.
Apolinária não obedece a ordem. Afinal, era maragata também. E, desafiando a mais temida e violenta tropa legalista, corajosamente sepulta novamente o corpo do líder revolucionário em uma segunda sepultura do mesmo Cemitério Santo Antônio.
Dois dias depois, com a chegada do comando da Divisão do Norte e o grosso da tropa, de novo é obrigada a revelar a nova localização do corpo de Gumersindo. Desta vez, sofrendo graves ameaças de violências físicas e sexuais.
Mais uma vez os restos mortais do general são expostos na estrada de Itacurubi, agora sofrendo todo tipo de vilipêndio de uma soldadesca ensandecida.
Foi, então, que o coronel Firmino de Paula teve a macabra ideia de decapitar o líder inimigo e enviar sua cabeça ao Palácio Piratini como troféu de guerra para o presidente do Estado, Julio de Castilhos.
O escolhido para tarefa foi o major Ramiro Oliveira, cachoeirense radicado já há alguns anos em Santa Maria e adepto fiel do Partido Republicano Rio-Grandense e das ideias positivistas de organização política e social.
Quando a Divisão do Norte parte em busca das tropas federalistas em fuga, de novo Apolinária Cardoso de Souza recolhe o que sobrou do corpo de Saraiva e, enrolado em uma manta de couro, o sepulta pela terceira vez escondido em uma árvore oca de um capão próximo. Só iria o tirar dali depois de três anos, já em 1897, quando a família veio buscar seus restos mortais.
Neste exato momento, termina a história e começa a lenda do general sem cabeça.
Afinal, onde está o crânio de Gumersindo Saraiva?
Conta a lenda que, sob ordem direta e expressa do coronel cruz-altense, Firmino de Paula, o major Ramiro Oliveira deveria levar a cabeça de Gumersindo Saraiva para Porto Alegre e entregá-la em mãos do presidente do Rio Grande do Sul, Júlio de Castilhos.
Conta também a lenda que Castilhos, enojado, não recebeu o major em seu gabinete, o expulsou do palácio do governo e ainda recusou efusivamente o macabro presente com todo tipo de impropérios.
A partir daí, várias versões do destino da cabeça do mais famoso general revolucionário gaúcho são ditas e repetidas de geração após geração até os dias de hoje por toda América Meridional. As mais famosas são de que foi atirada no Rio Guaíba durante a volta do major a Santa Maria, a que foi enterrada no pátio de uma pensão em Porto Alegre e, a menos crível, enterrada na chácara do Major Ramiro Oliveira, localizada na zona norte de Santa Maria.
Não há dúvidas que o coronel Firmino tenha dado a ordem de decapitação e envio da cabeça para Castilhos. A ação combina bem com sua personalidade violenta que contabiliza, em números fornecidos por seus próprios irmãos de armas, mais de 1.200 degolas, ou ordens para degola, antes e durante a Revolução de 93. Inclusive as do famoso massacre do Boi Preto, em Palmeiras das Missões, quando, mesmo rendidos, 370 soldados federalistas foram sumariamente degolados a ordem do líder político e militar de Cruz Alta.
O que intriga historiadores e pesquisadores desse triste, mas ao mesmo tempo, fantástico período da história rio-grandense é que, Ramiro Oliveira, mesmo sendo um grande adepto das ideias positivistas e fiel seguidor de Castilhos, também era conhecido por ser um homem cordato, prudente e, não rara vezes, conciliador com seus inimigos políticos e militares. Enfim, não iria se prestar para mais um desvario de Firmino de Paula. Mesmo ele sendo, então, seu chefe direto.
E, mais ainda, Oliveira era homem de confiança de Júlio de Castilhos, uma espécie de amigo e confidente com comunicação direta e pessoal com o presidente do Estado, como era chamado o governador naquela época.
Minha tese diz que, sim, na hora que recebeu a ordem de levar o crânio de Saraiva para capital gaúcha, o major Ramiro não confrontou pessoalmente a ordem dada por Firmino de Paula e deve ter partido de Itacurubi para cumprir a missão imposta. Ou pelo menos disfarçou essa ação. Mas, certamente, deve ter entrado em contato com Júlio de Castilhos, via telégrafo, para informar da sombria encomenda endereçada ao chefe.
Castilhos, que de bobo não tinha nada, deve também ter percebido que seria envolvido para posteridade em uma história macabra, desabonadora de sua conduta e, com quase toda certeza, desautorizado a viagem. Porém, manteve a lenda que a cabeça do comandante rebelde chegou ao Palácio Piratini para não melindrar o vingativo coronel Firmino, mas também um útil agente do governo por nunca se negar a fazer o trabalho sujo da ditadura.
Ramiro de Oliveira sempre foi um homem discreto ao extremo e somente uma vez comentou publicamente a missão que recebeu de Firmino de Paula. Mesmo assim, foi lacônico: – “joguei no rio”. Só, e mais nada!
E olha que esse comentário foi feito em uma taberna santa-mariense, sob efeito de bebidas espirituosas, na companhia de vários amigos e um número ainda maior de correligionários.
Mas qual rio, onde, como e quando?
Esse segredo, Ramiro de Oliveira levou para o túmulo, mas acredito, por lógica e por estudo de seu mais provável trajeto, que o crânio de Saraiva foi atirado no Rio Icamaquam ou no Rio Itacurubi.
Sendo que o mais provável, e onde coloco “todas as minhas fichas”, seja que a cabeça do general, depois de 10 dias de sua morte, já putrefata e exalando forte cheiro nauseante, tenha sido jogada no fundo do Rio Jaguari, localidade onde já havia serviço de telégrafo e onde o major deve ter sido autorizado pelo seu máximo líder a não seguir com a infeliz missão.
A tese se fortalece com a revelação que, em 1897, Aparício Saravia faz um tratado secreto de paz com Júlio de Castilhos, onde o general uruguaio promete nunca mais estar envolvido em peleias, refregas e revoluções em território rio-grandense.
Em troca, tem a permissão para resgatar o corpo de seu irmão nas Missões, deixa de ser um inimigo do regime, obtém a livre circulação pelo Rio Grande do Sul e, ainda, estabelece um comércio de armas e munição com um antigo inimigo, o coronel João Francisco Pereira de Souza, conhecido como a Hiena do Cati, que irá alimentar as futuras revoluções e “patriadas” de Aparício no Uruguai.
O tratado secreto também é confirmado com a participação do filho de Aparício, Nepomuceno Saravia, comandando uma coluna legalista na Revolução 1923, lutando ao lado de Borges de Medeiros e Flores da Cunha contra os antigos companheiros do pai e do tio na guerra civil de 1893. Só foi surpresa para os incautos da História e para aqueles que desconheciam o sigiloso tratado Castilhos – Saravia.
A ideia é reforçada ainda mais por outra lenda missioneira, que a cada dia se torna mais provável: a troca do corpo do general pelo de seu clarim enquanto era transportado em uma carroça na direção do Cemitério Santo Antônio dos Capuchinhos.
Quem nos conta essa fantástica versão onde o general Gumersindo mais uma vez vence com astúcia e inteligência as forças legalistas é o escritor Valeriano Cruz em seu livro “Histórias e Memórias da Bossoroca”.
Ele revela que o clarim da Coluna Saraiva era muito semelhante ao seu comandante e foi sepultado com o dólmã, espada e ata identificando o corpo, em um derradeiro ardil para não deixar o corpo de Gumersindo como troféu de guerra.
O verdadeiro cadáver do líder rebelde foi sepultado, primeiro, sob o assoalho de uma sede de fazenda conhecida até hoje como “Campos da Corina”, localizado no atual Município de Bossoroca. Depois, quando as tropas se afastaram da região, uma nova sepultura abrigou os verdadeiros restos mortais do general maragato entre uma roseira e um pé de jasmim, plantados na ocasião, a poucos metros desse mesmo prédio rural.
Valeriano Cruz também conta que, quando a família veio buscar os restos mortais de Gumersindo com a autorização de Júlio de Castilhos, foi também até as terras de Apolinária Cardoso de Souza para resgatar também o corpo do clarim.
O objetivo da manobra era não colocar em risco o tratado de paz entre o presidente do Rio Grande do Sul e Aparício Saravia e, também, não deixar Castilhos em uma posição desconfortável e embaraçosa perante a opinião pública, revelando que a ditadura positivista havia sido novamente vencida pelas artimanhas do general.
Ainda segundo Cruz, a viúva do general, dona Amélia Saraiva, enviou também uma tropilha de elegantes cavalos criolos uruguaios e uma boa quantia em libras esterlinas para serem presenteados aos proprietários do “Campo da Corina” e os peões que ajudaram a preservar intacto o corpo do mais temido e famoso general revolucionário gaúcho.
Já a família Saraiva, em um silencio ensurdecedor, jamais comentou sobre a hipótese da troca de corpo. Nem na época, nem agora!
Quem foi o major Ramiro de Oliveira?
Ramiro Oliveira nasceu no dia 6 de maio de 1864, em Cachoeira do Sul. Antes de completar 15 anos, sua família se transferiu para Porto Alegre, onde o pai abriu uma casa de comércio e ele começa a trabalhar.
Foi neste período que o jovem Ramiro Oliveira, ainda um modesto funcionário da empresa do pai, conheceu o então jornalista e líder republicano, Júlio de Castilhos. Logo, o futuro presidente do Rio Grande do Sul percebeu no cachoeirense “firmeza em suas convicções republicanas e a uma lúcida visão do contexto de sua época”, como disse uma vez.
A amizade e confiança entre os dois foram imediatas, tanto que logo depois, Oliveira já estava participando de reuniões do alto comando do Partido Republicano Rio-Grandense, assim como da mais alta cúpula do governo gaúcho. E o relacionamento de Castilhos com Ramiro se manteve assim até a morte do “Patriarca do Rio Grande do Sul”, em 1904.
Antes disto, levado por Castilhos, Ramiro participou, desde sua idealização, do golpe de estado realizado pelos positivistas em 17 de julho de 1891. Depois, em 1893, é designado como juiz de Direito da Comarca de Santa Maria onde também participa da direção do partido governista.
Neste período, preside, como juiz, o processo que apurou o homicídio do juiz santa-mariense, Fellipe de Oliveira, pai do poeta de mesmo nome, hoje patrono dos poetas da Boca do Monte.
Consta que, Ramiro, mesmo sendo um governista leal e sob pressão de seu próprio partido, condenou Martin Hoers, um radical republicano acusado de perseguir com mortes e violência os opositores do regime na Região Central do Estado que, por isto, estava preso e investigado pelo juiz Fellipe de Oliveira.
Logo, com início das hostilidades em 1893, se alista já como major fiscal na 1ª Brigada de Cavalaria da Divisão do Norte, comandada pelo general Salvador Pinheiro Machado, quando participa, em lombo de cavalo, de toda perseguição a Coluna Saraiva por quase três mil quilômetros em três estados do sul brasileiro.
Com o fim do conflito, volta como coronel para Santa Maria da Boca do Monte, onde goza de muito prestígio para atuar, primeiro, como líder partidário, chefe de polícia, juiz da Comarca e, depois, é também eleito intendente, entre os anos de 1908 e 1912. Cargo, hoje, chamado de prefeito de Santa Maria.
(*) Ricardo Ritzel é jornalista, escritor e cineasta. Apaixonado pela história gaúcha é roteirista e diretor do curta-metragem “Gumersindo Saraiva – A última Batalha”. Também é diretor de duas outras obras audiovisuais históricas: “5665 – Destino Phillipson”, e “Bozzano – Tempos de Guerrra”. Tambéu escreveu o livro “As cinco tumbas de Gumersindo Saraiva”, que já tem várias reedições desde a primeira, em 2021.
Observação do Editor: as fotos que ilustram este texto são todas reproduções do acervo pessoal e da biblioteca do autor.
‘A ideia era a seguinte: não deixar que as duas colunas militares inimigas se unissem […]’. O que leva a questão: como sabem dos planos do general? Sim, porque o narrado lembra Napoleão e a batalha de Waterloo.