Por Leandra Cruber / Da Assessoria de Imprensa do Evento
Dezenas de pessoas se reuniram no CTG Victório Mário, neste sábado, para prestigiar as 12 músicas selecionadas que subiram ao palco da 3ª Tropeada da Canção Nativa. Marcado pela emoção – dos homenageados, da comunidade de Arroio do Só e dos músicos -, o festival teve como grande campeã a música “Tropeiro das Águas”.
Com letra de Silvio Genro, música Pena e Pedro Flores, a milonga foi interpretada por Pedro. E, nos versos, a homenagem aos tropeiros do Rio Grande do Sul.
– A vida é uma tropeada por uma estrada sem fim. Qual um tropeiro de almas, correm arroios em mim – entoou Pedro no refrão.
Já no segundo lugar, quem levou o troféu e o prêmio de R$ 1500 foi a canção “A casa que vai comigo”, assinada por Bruno de Menezes e Gujo Teixeira. A melodia ficou por conta de Everson Maré e a interpretação, Paola Matos. A artista de Santa Maria também ganhou o troféu de Melhor Intérprete da noite.
O terceiro lugar ficou com a milonga “Picumã de Candeeiro”, de José Luiz Santos e Zulmar Benites. A interpretação foi de Chico Paim.
Além dos vocais, o talento dos instrumentistas também foi destaque na noite. A flautista Marina Monteiro se manteve no palco durante as quatro primeiras músicas e encantou o público.
O arranjador e compositor Marcelinho Carvalho, de Cruz Alta, levou o troféu de Melhor Instrumentista.
Homenagens à comunidade
No início da noite, o tropeiro Sinésio da Silva e o agricultor Cláudio Soares de Moraes foram homenageados. Muito emocionados, a dupla agradeceu o reconhecimento.
– O porongo ajudou a criar minha família. Sou muito grato por isso – disse Cláudio.
Quem também brilhou durante Tropeada da Canção Nativa foi a corte de prendas. A rainha Luiza Trevisan e as princesas Josielen da Silva e Letícia Gomes estiveram juntas do início ao fim e comemoraram a protagonismo de Arroio do Só.
– Me criei em CTG e desde os meus três anos participava das invernadas. Então, estar representando as prendas é muito bom – disse Luiza.
Cultura para todos
Entre festivais nativistas, o evento se mostrou como uma forma de descentralizar a cultura e chegar ao interior do Rio Grande do Sul. Segundo a produtora cultural Iara Druzian, esse era um dos objetivos da terceira edição.
– É muito simbólico para a cultura termos conseguido realizar o evento após as enchentes no Rio Grande do Sul. Arroio do Só também foi muito prejudicado e voltamos com mais força – disse.
Durante o show Os Fagundes, que fecharam a noite com chave de ouro, também enalteceram a sensibilidade das canções da Tropeada.
– Temos feito shows e participado de festivais solidários pelo Estado, e é muito especial vermos como temos força e amor para reconstruir a vida após essa tragédia ambiental – reforçou Neto Fagundes.
E, durante todo o fim de semana, artesãos de Arroio do Só e da região puderam expor os trabalhos feitos, principalmente, de porongo, como as cuias. Já agricultores familiares aproveitaram para comercializar vinhos, queijos e a tradicional erva-mate.
Confira os vencedores
1º lugar: O tropeiro das águas (Uruguaiana e Santa Maria)
Letra: Silvio Genro
Música: Pena Flores e Pedro Flores
2º lugar: A casa que vai comigo (Santa Maria)
Letra: Bruno de Menezes e Gujo Teixeira
Música: Everson Maré
3º lugar: Picumã de Candeeiro (Santa Maria)
Letra: José Luiz Santos
Música: Zulmar Benitez
Melhor letra sobre Tropeiro: Passa gado
Melhor intérprete: Paola Matos
Melhor instrumentista: Marcelinho Carvalho
Música mais popular: Meus versos são meus cavalos
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