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Eleições Municipais: o recado para Lula, pensando em 2026 – por Marco Jacobsen

Para vencer, líder petista “precisará mais que números econômicos positivos"

O primeiro turno das eleições municipais deixou um aviso claro para Lula: se ele quiser ser competitivo em 2026, terá que caminhar mais para o centro. O desempenho do PT nas urnas mostra que a estratégia de chapas “puro sangue” não será suficiente, e a divisão da direita pode ser uma oportunidade para o governo.

No curto prazo, Lula tem algumas opções, como a reforma ministerial e as eleições para as Mesas da Câmara e do Senado. No entanto, para 2026, o foco terá que estar em partidos como o PSD e o MDB. No MDB, Helder Barbalho, governador do Pará, já se destaca como possível vice de Lula, enquanto o PSD, com vitórias importantes como a de Eduardo Paes no Rio, pode oferecer palanques fortes em 2026.

Esses movimentos também podem influenciar a sucessão de Arthur Lira na presidência da Câmara. Kassab, do PSD, já mostrou que não pretende abrir mão de Antônio Brito para apoiar Hugo Motta, do Republicanos, sinalizando que o PSD quer mais espaço nas negociações.

Em São Paulo, o cenário é mais complicado. A vitória de Ricardo Nunes (MDB), com apoio de Tarcísio de Freitas, fortalece a direita. E a possível derrota de Guilherme Boulos (PSOL) seria um golpe para Lula, que investiu na campanha de Boulos para evitar a perda de votos nas periferias.

Outro ponto importante foi a ascensão de Pablo Marçal, que atraiu eleitores conservadores, especialmente ligados à “teologia da prosperidade”. Ele representa uma nova ameaça ao PT, já que conseguiu mobilizar parte da base popular que, no passado, apoiava Lula.

Para vencer em 2026, Lula precisará mais do que números econômicos positivos. Ele terá que reconectar o PT com as demandas das classes populares, que vêm sendo atraídas pelo discurso conservador.

(*) Marco Jacobsen é administrador, professor e assessor politico e institucional do Sindicato Médico do RS (SIMERS)

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11 Comentários

  1. Resumo da opera. Cavalão inelegivel (tatica do medo não vai colar). Um candidato da direita vai vir. Mas também um do centro, pode ser que a terceira via decole. Pergunta é se os burraldos marketeiros vão tentar vender a narrativa do ‘Rato Rouco sempre foi de centro’. Pôvú não é tão burro assim.

  2. Rato Rouco já sente o peso da idade (que vai ser assunto na eleição, narrativa pronta). Comete erros não é de hoje. Já não pode se locomover e não vai a qualquer lugar (com medo de vaias inclusive). Queria ‘recuperar a biografia’. Não sabe a hora de parar. Achou que voltaria a ser ‘o cara’, mas não rolou. Tem dificuldade de adaptação a novas conjunturas e novas gerações (tirando os doutrinados nos colegios e universidades).

  3. Rato Rouco segundo a narrativa foi eleito por uma ‘coalizão’. Picolé de Chuchu e Simone Tabesta que não se elegem sindicos. Centrão, por falta de melhor termo, tomou conta do mesmo jeito que fez no governo anterior. STF entrou em campo.

  4. ‘Ele terá que reconectar o PT com as demandas das classes populares, que vêm sendo atraídas pelo discurso conservador.’ Existe uma falta de memoria nesta frase. No governo Dilma, a humilde e capaz, falavam no surgimento de ‘uma nova classe média’ que atribuia a melhoria de vida ao esforço proprio e não ao governo. Ela caiu apesar dos esforços do Rato Rouco que montou um balcao de negocios num hotel de BSB. Ele foi ungido em 2022 porque ‘era o unico capaz de derrotar o Cavalão’, algo que só aconteceu no photochart. Detalhe importante: a terceira via não decolou.

  5. ‘[…] Lula precisará mais do que números econômicos positivos.’ Podem não estar tão positivos e até negativos.

  6. ‘Outro ponto importante foi a ascensão de Pablo Marçal, que atraiu eleitores conservadores,[…]’. ‘[…] conseguiu mobilizar parte da base popular que, no passado, apoiava Lula.’ Ou seja, parte dos que apoiavam Rato Rouco agora são ‘conservadores’.

  7. Santo André elegeu um prefeito tucano. Prefeito de São Caetano é do PL. Prefeito de São Bernardo do Campo será decidido entre Cidadania e Phodemos. PT ficou de fora.

  8. Dois problemas: PSD tem planos de apresentar candidato proprio em 26, provavelmente Ratinho Jr (há que ouvir os integrantes do partido e não ficar chutando). MDB de Barbalho tem pouco ou nada a ver com os MDB’s de outras regiões do pais.

  9. Eduardo Paes, candidato da Globo no RJ, era do MDB carioca. Dizem que era o ‘Nervosinho’ na lista da Odebrecht/Lava a Jato.

  10. ‘No MDB, Helder Barbalho, governador do Pará,[…]’. Filho do Jader. Envolvido com escandalo de compra de respiradores na pandemia. Dependendo da concorrencia não agrega nada no Sudeste (onde tem rejeição) e no Nordeste.

  11. ‘[,,,] a divisão da direita pode ser uma oportunidade para o governo.’ Uma foto não é um filme. Vale o mesmo para a economia.

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