Se alguém imaginava que a declaração do presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, sinalizando CLARAMENTE que a hora é de Aécio Neves (para concorrer à Presidência da República), e que a José Serra cabe ir para casa, poderia significar um caminho aberto para a pacificação tucana, já não resta mais dúvida: enganou-se.
Definitivamente, o tucanato adora brigar, mesmo se apequenando, como oposição, a cada momento. Quem conta os detalhes desse momento presente, e com uma alegoria bastante criativa, é o jornalista Josias de Souza, da Folha de São Paulo. Confira:
“PSDB decide intensificar a oposição… a si mesmo
O problema do PSDB não é a dificuldade de se opor. Disposição para a briga há de sobra. O que falta é pontaria. Experimente pensar no tucanato como uma grande família. Ajuda a entender o que se passa.
A família tucana tinha muita vergonha do patriarca Cardoso. Para evitar que incomodasse as visitas com histórias do seu passado, trancavam-no no armário durante as festas. No aniversário de 80 anos tiveram de soltá-lo. Ninguém entendederia a ausência do aniversariante. Até dona Dilma, vizinha invejada e odiada, mandou uma carta elogiosa.
Percebeu-se que era falso o temor de que o vovô pudesse envergonhar a família. O armário foi para o sótão. E o ex-prisioneiro passou a ser tratado com inusitada reverência. Agora, os receios da família concentram-se no tio Serra. Ninguém sabe muito bem como tratá-lo. Alguns riem de sua teimosia. Mas a maioria treme com suas manias...”
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