DECADÊNCIA. PMDB faz força para virar acessório no Rio Grande. Santa Maria é exceção
Confira o cenário político-partidário do Rio Grande do Sul em meados de 2010, sob o ponto de vista do PMDB. Era o maior partido na Assembleia Legislativa. Tinha uma superbancada federal. Detinha as prefeituras de Porto Alegre, Caxias do Sul e Santa Maria, dentre as maiores do Estado.
Por conta de estratégia que se revelou totalmente furada, passados menos de dois anos, já é possível dizer que o peemedebismo, de maior e mais relevante partido gaúcho, passa a ser coadjuvante. E não necessariamente de primeira linha. Atenção: isso não é invenção do editor, mas singelo, e absoluto, fato.
O que aconteceu desde então, e que remoi corações e mentes da agremiação, em todo o território gaúcho? Repita-se, apenas, que o que você lê aqui não é opinião do editor, muito menos fruto da imaginação dele. São apenas constatações, possíveis de ser feitas por qualquer um que leia o noticiário político do estado.
Então, o que houve? Primeiro, o PMDB tirou José Fogaça da prefeitura de Porto Alegre, entregando-a ao vice, José Fortunati, do PDT. Esperava, claro, vencer o pleito de ano e pouco atrás, com o que voltaria a governar o Rio Grande. Resultado: não manda mais na capital, onde já tinha estrutura partidária frágil, e levou uma surra no pleito estadual. Afora ver o petista Tarso Genro ganhar ainda no primeiro turno, obteve resultado igualmente pífio na eleição legislativa, vendo suas bancadas de deputados estaduais e federais se reduzirem praticamente à metade.
Em qualquer outro lugar, isso significaria a renúncia de todos os dirigentes. Inclusive no Rio Grande do Sul. O então presidente, Pedro Simon, se afastou. Continua discursando. Mas, como já acontecia há algum tempo, ninguém mais dá a mínima. Em seu lugar, assumiu Ibsen Pinheiro. Que, já na largada, disse que seria provisório. E é assim até hoje, aliás. Mas sai em março.
A atual direção (?) estadual está dividida acerca do pleito de Porto Alegre. Alguns figurões querem uma candidatura própria à Prefeitura. Com Ibsen Pinheiro, de novo ele – que, inclusive ao não falar disso, estimula a ideia de que gostaria disso. Problema: esses graúdos não mandam nada no diretório municipal da capital. Que são os que decidem. E querem ser vice de Fortunati, invertendo a dobradinha de quatro anos atrás. O nome seria o do vereador (e presidente metropolitano) Sebastião Mello, embora Ibsen também possa ser o escolhido.
O enrosco de Porto Alegre não basta? Bem, o PMDB já entrará derrotado na eleição de Caxias do Sul, que governa há oito anos, José Ivo Sartori. Sim, lá, cederá a cabeça de chapa a um nome do PDT, Alceu Barbosa Velho, o atual vice-prefeito. E perderá influência. Como se sabe, vice é… vice. E, aparentemente, nada mudará a situação caxiense, com Sartori a caminho da aposentadoria política.
Resumo da ópera: o PMDB, por sua própria decisão, está virando acessório na política gaúcha. Ah, a exceção… Sim, é Santa Maria. Aqui, muito pelo sucesso de Cezar Schirmer, bem avaliado e favorito a conquistar mais um mandato, e bastante também pela atuação pífia da oposição, o PMDB tende a continuar mandando, politicamente. Mas também já sabe que a fadiga dos metais está no horizonte. Dentro de quatro anos, o partido terá que “inventar” alguém para concorrer. E daí? Daí, nada.
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Cantei essa pedra lá atrás, quando o PMDB decidiu apoiar a Yeda na eleição de 2006. Ora, o obvio aconteceu: o PMDB se diminuiu e deu espaço p/ os demais partidos (tanto de direita quanto de esquerda). Naqueles 4 anos, o PMDB não teve a visibilidade nem do Governador, nem do Vice e nem da oposição … mas, como era governo, obteve o desgaste desta posição. Mas nem tudo foi ruim, dirão os PMDBistas: “pelos menos tínhamos nossos cargos!!!” aaahhhh pois é!!!!