O Partido da República (PR), o Partido Progressista (PP) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT) são da base do governo Dilma Rousseff no Congresso. Todos têm ministérios e até outros cargos pra lá de importantes no âmbito federal, e muitos espalhados pelos estados.
Isso quer dizer, então, que as agremiações estão sempre do lado do governo, como se supõe nas democracias? Não necessariamente. Aliás, há até comportamentos bastante oposicionistas em muitas votações. E quem encabeça esse tipo de comportamento é gente graúda, como por exemplo o mutante Anthony Garotinho (que já foi do PDT, do PSB e agora aportou no PR). Mas não é o único, longe disso.
A propósito dessa falsa fidelidade, o jornal O Estado de São Paulo traz interessante material, a partir de levantamento das votações no parlamento, o chamado “basômetro”. Vale conferir a reportagem assinada por Amanda Rossi e Fábio Grellet. A seguir:
“‘Independentes’ fogem da orientação do partido, aponta Basômetro…
… Eleitos por partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT), os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ), Anthony Garotinho (PR-RJ) e José Antônio Machado Reguffe (PDT-DF) têm atuação de oposição nas votações da Câmara Federal. Já o mineiro Lael Varella, do oposicionista DEM, se destaca com um perfil altamente governista. O motivo do descolamento das bases partidárias, segundo os próprios deputados, é a “independência”.
“Eu sou completamente independente, voto conforme o que acho melhor para o País”, diz Bolsonaro. De acordo com o Basômetro, ferramenta do Estadão Dados que mostra como os parlamentares votam, o deputado do PP tem taxa de governismo de 25%, índice bem próximo do DEM (27%) e do PSDB (22%) e bem longe da taxa de seu partido, que é de 92%.
“Eles (os líderes do PP) sabem que já sou um caso perdido, então nunca me perturbam”, comenta o deputado, rindo. “Mas eu sou importante para o partido, que por minha causa recebe uma verba maior do fundo partidário, uns R$ 200 mil ao ano, além de ter mais tempo de TV”, afirma…”
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