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Outros tempos – por Gilson Piber

Recebemos, diariamente, dezenas de mensagens pela internet. Ao abrir o meu correio eletrônico, uma afirmação seguida de uma pergunta mereceu a minha atenção: “Todos pensam em deixar um planeta melhor para os nossos  filhos…Quando é que pensarão em deixar filhos melhores para o nosso planeta?”

Sou do tempo do jogo de bulita na frente da casa, da partida de futebol na quadra de areia ou no campinho, do ksuco com gelo, do carrinho feito com latas de achocolatado ou de leite em pó, enfim, de um tempo bem diferente da frenética vida que temos hoje. O computador era uma novidade. Literalmente “mordia” a garotada, principalmente a menos abastada.

O pai e a mãe comandavam os filhos por meio de um simples olhar. De vez em quando, um grito dava o tom da chamada e o lazer na rua era abruptamente interrompido. Almoçar e jantar ao redor do mesa eram atividades familiares insubstituíveis. Tirar nota baixa na escola era incômodo na certa. Levar bilhete para casa por ato de indisciplina, então, virava castigo. Eram outros tempos.

Nos dias atuais, tudo mudou. O respeito, em muitos lares, deu lugar à afronta mútua. Pais e filhos se enfrentam, alguns até chegando às vias de fato. A violência no seio familiar ganha uma dimensão extraordinária e gera adolescentes e adultos furiosos, egoístas, problemáticos etc.

Sem referências positivas no próprio lar, os filhos viram rebeldes e a escola leva a culpa, injustamente, por colocar no mundo jovens e profissionais descompromissados com a sustentabilidade do planeta. O problema atinge todas as classes sociais. Uma casa que é erguida com base defeituosa tende a correr o risco de desabar mais adiante. É uma lei básica da natureza. Cada ação tem uma reação.

Nosso desafio, como pais, tios, avós e padrinhos, é deixar, sim, filhos, sobrinhos, netos e afilhados melhores como gente – na essência da palavra – para o planeta ainda respirar. Do contrário, ficaremos para a história como aqueles que não fizemos nada ou muito pouco para tornar o mundo mais humano, solidário, fraterno, justo e habitável. Acredito que a maioria não quer pagar essa fatura.

Gilson Piber – [email protected]

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