CCs NA CÂMARA. A proposta tem cara de bode e até cheiro de bode. Será um bode? Hoje já se vai saber
A história, com pequenas variações, conforme quem a conta, é a seguinte:
“A família vivia apertada em uma casa minúscula. Foi se aconselhar com um sábio e ouviu a recomendação: coloque um bode na sala. Conselho acolhido, a vida tornou-se insuportável. Retornaram ao sábio que, então, mandou tirar o bicho de lá. Ficaram tão contentes livrando-se do problemão que o anterior virou nada. Pararam de lamentar a casa apertada e fizeram uma festança”.
O conto, pra lá de antigo, é rememorado aqui a propósito do projeto que os vereadores começam a (e talvez terminem de) analisar na sessão desta terça-feira, no parlamento da comuna. Para cumprir o orçamento e, se possível, manter um mínimo de “condições de trabalho” aos parlamentares, a proposta é reduzir o custo com assessores, em números redondos, de R$ 12 mil para R$ 7,5 mil. E eles passariam de seis para cinco, por parlamentar.
Além disso, na discussão do projeto, e sob a justificativa de qualificação da assessoria, além de definir as tarefas de cada auxiliar, incluiu-se a obrigatoriedade de curso superior para o principal dos cargos de cada edil, exatamente o de Chefe de Gabinete.
É evidente que houve insurgência. Este sítio, mesmo, tratou do assunto ainda na semana passada, em nota PUBLICADA na sexta-feira, 14. A grita é que se trata de cargo político e, portanto, não necessariamente precisaria curso superior. O fato é que um grupo de vereadores tem, como seu assessor principal, alguém que teria que ser afastado, por conta da nova exigência.
O interessante, e ai vem a história contada no início deste texto, é que desde que a exigência veio a público, ninguém mais, nem mesmo nos corredores do legislativo, fala da redução significativa do troco gasto com a assessoria. Daí que, e esse é um palpite claudemiriano, daqui a pouco o bode sai da sala. E aí todos ficam felizes para sempre. Se me entendem…
Infelizmente estão dando atenção apenas para a exigência do nível superior aprovado hoje a tarde pela Resolução da Câmara.
Porém a mídia não se dá conta que ao invés de diminuirem os cargos da mesa, estão aumentando de 17 para 18, com a criação de duas novas diretorias e 3 assessorias para assistir a setores hoje comandados pelo DEM, PP e PMDB.
Também estão criando os chamados “chefes de divisão” que terão o imeeeeeeeenso trabalho de comandar 1 funcionário de carreira.
Diminuiram os gastos nos gabinetes,e até concordo com isto, mas a Mesa Diretora não deveria fazer o mesmo? Deveria, mas visando uma maior acomodação de cargos da base aliada do Governo Schirmer, aumentou seus cargos e transformou chefes de setores em Diretores, com salários que passarão de R$ 3.800.
Vergonha!
Boa tarde!
Não vejo motivo para que o chefe de gabinete seja obrigado a ter curso superior. Primeiro, porque não há a mesma exigência para o edil, prefeito, governador e presidente da República. Segundo, não é uma função técnica como a de procurador juridico, para ficar em um só exemplo. Terceiro, há muitos “graduados” que não desempenhariam com a mesma capacidade a função em relação a um assessor com experiência. Abs.
Palpite Marceloriano: o bode vai ficar na sala, mas o leite dos bezerros grandes (e poderosos) também vai diminuir!