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Rio: Feira de Segurança mais despreparo para eventos – por Carlos Costabeber

Na semana passada estive no Rio participando da INTERSEG, que é uma mostra internacional sobre Segurança Pública. O motivo se deve ao meu trabalho, como fornecedor de veículos e equipamentos para órgãos públicos.

Daí duas observações:

(1) Fiquei mais uma vez impressionado com o que existe de produtos e serviços voltados para a área da segurança pública. Com destaque para as novas tecnologias no combate a criminalidade.

Só que aí vem a contradição: de um lado, está à disposição das forças policiais um arsenal de equipamentos sofisticados, e de outro, a realidade brasileira.

Pude ver nos visitantes (policiais e bombeiros) a empolgação com que estavam conhecendo, mas também a frustração em saber das limitações dos Estados, em poder equipá-los de forma adequada.

Até porque, as novas tecnologias são muito caras!

A feira também dá espaço para os Corpos de Bombeiros. E aí a frustração é ainda maior, daqueles homens que vi circulando pelo evento.

Com um detalhe importante: os quatro maiores fabricantes de viaturas especiais para combate a incêndios são gaúchos. Acreditam? A gauchada lá estava expondo o que é empregado nos países mais desenvolvidos; só que os Estados têm poucas condições de adquiri-los – pelo menos na quantidade mínima exigida.

Lá encontrei alguns bombeiros gaúchos, e eles me relataram a absoluta falta de equipamentos no RS.

Além do exemplo gritante da tragédia com a Kiss, eles citaram o caso recente do incêndio no Mercado Público de Porto Alegre, quando ficou escancarada a falta de viaturas adequadas.

Infelizmente, o nosso Estado é uma vergonha, em se tratando de quantidade e qualidade dos equipamentos contra incêndios.

Por fim, essa feira me “abriu os olhos” para a distância existente entre o avanço tecnológico no combate ao crime (e aos incêndios), e a realidade brasileira. Saí empolgado com as perspectivas da área, mas frustrado, triste, com a situação de penúria em que se encontram os nossos órgãos de segurança pública.

(2) Nessa rápida passagem pelo Rio, me dei conta de que a cidade não está mesmo, preparada para eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Estou acostumado com a organização de São Paulo, e não imaginava como estão muito a frente dos cariocas.

A falta de informações e de sinalização é uma constante no Rio, apesar do grande número de eventos que lá são promovidos. Assim como a indisponibilidade de táxis nas horas em que mais se precisa (à noite, na Barra, os visitantes dependem da boa vontade de algum taxista, e do pagamento de um valor adicional).

O Rio vai demorar muito a ser uma cidade modelo para médios e grandes eventos!

Apesar dos encantos naturais, faltam: estrutura, organização, informação, limpeza (o cheiro de esgoto em algumas áreas é constrangedor), mobilidade urbana, preços condizentes, aeroportos modernos, segurança.

Uma verdadeira mudança cultural, à altura das belezas naturais da Cidade Maravilhosa !

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