LARGARAM. De Simon até Pont, passando por Padilha e Covatti, vários gaúchos graúdos não concorrem mais
O senador Pedro Simon, que completará 85 anos em janeiro, no mesmo dia 15 em que completa o trocentésimo mandato parlamentar, é, certamente, o político mais antigo e histórico do Rio Grande do Sul a dar adeus à busca do voto popular. Mas não é o único, dentre os detentores de mandato, a decidir largar.
Há, sem contar aqueles que mudaram de cargo (tentam trocar o parlamento federal pelo estadual ou vice-versa), um grupo especial de políticos que não concorre. Entre eles, por exemplo, os deputados federais Eliseu Padilha e Wilson Covatti, e o também veterano, 70 anos, Raul Pont. Aliás, o petista é que abre o excelente trabalho (que conta a história dos demais, também) produzido e publicado no jornal eletrônico Sul21. A reportagem é de Nicolas Pasinato. As fotos são de Elza Fiuza (ABr), urna, e Geraldo Magela (ASen), de Simon. A seguir:
“Mesmo com boas chances de se elegerem, políticos desistem de concorrer à eleição
Nas eleições deste ano, diferentes políticos com mandato em exercício em diferentes esferas de representação parlamentar optaram por não disputar a reeleição e nem concorrer a outros cargos. Entre eles, aparecem candidatos com bom cacife eleitoral, que conquistaram milhares de votos em disputas anteriores, porém optaram por não passar pelo teste das urnas este ano.
É o caso do deputado estadual Raul Pont (PT). Em dezembro de 2014, após concluir o terceiro mandato consecutivo na Assembleia Legislativa, ele deixará de disputar cargos públicos. O petista alega que a sua decisão está relacionada a ideia de renovação do partido. “É importante ter uma renovação de quadros. Temos o discurso de aumentar a participação das mulheres e da juventude. Concordo com isso e estou ajudando nesse sentido”, diz ele.
Além disso, o deputado relaciona a sua desistência ao atual sistema eleitoral que, segundo ele, está cada vez pior, em razão do forte domínio do poder econômico nas campanhas. A terceira razão refere-se à questões pessoais. “O terceiro elemento é a idade. Não tenho mais a mesma mobilidade e capacidade física de viajar por todo o Estado”, diz o deputado de 70 anos. Pont ressalta, porém, que não está largando a atividade política. “Quero me dedicar mais ao trabalho interno de construção do partido”, diz.
Em 2011, no 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT), a legenda aprovou uma mudança no estatuto da agremiação que prevê a limitação de mandato para deputados federais, estaduais, distritais, senadores e vereadores. Pela regra, a partir de 2014, os deputados e vereadores filiados ao PT só poderão ter, no máximo, três mandatos consecutivos. No caso de senadores, a limitação foi fixada em dois mandatos seguidos.
Pelo menos oito dos atuais 55 deputados estaduais não disputarão a reeleição à Assembleia Legislativa em outubro. Desses, pelo menos cinco concorrem a uma cadeira na Câmara dos Deputados: Heitor Schuch (PSB), Mano Changes (PP), Carlos Gomes (PRB), Giovani Feltes (PMDB) e Márcio Biolchi (PMDB). Além de Raul Pont (PT), também deixam o parlamento em 2014, sem previsão de retorno, são Elisabete Felice (PSDB) e Raul Carrion (PCdoB)…”
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