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A Faixa de Gaza e a reprodução do arcaico – por Luiz Carlos Nascimento da Rosa

Os ideólogos e reprodutores do modus vivendis da sociedade capitalista contemporânea se deliciam ao afirmar que o ser humano nunca teve tanto acesso a informação e ao conhecimento. De fato, com o advento das novas tecnologias e mídias sociais, a maioria dos acontecimentos são “narrados” quase que instantaneamente. As imagens dos conflitos do Oriente Médio, por exemplo, adentram nossas casas diariamente.

O que esses ideólogos não falam é que as informações passam por um filtro. De forma hegemônica, a informação liberada irá defender e reproduzir os interesses dos grandes impérios que são a base e sustentação do sistema do capital. O silenciamento sobre a barbárie sofrida por muitos povos é a mais perversa forma de defesa dos interesses políticos e econômicos dos poderosos.

Os Estados Unidos da América, com sua superpotência bélica, arrasaram o Afeganistão para “caçar” o terrorista Bin Laden e quase transformaram em cinzas o Iraque para eliminar Saddam Hussein. Assistimos, sentados em nossos sofás, o espetáculo colorido dos mísseis americanos cortando o espaço e atingindo seus alvos, tornando cinza muitos patrimônios históricos da humanidade, no Iraque, até acertarem o demonizado Saddam e suas armas químicas que nunca foram encontradas.

Mataram Bin Laden e Saddam, mas nunca informaram para a cidadania universal que Bin Laden foi um militante treinado pelos americanos para combater o “espectro do comunismo” que se alastrava perigosamente sobre o Oriente Médio. O mesmo aconteceu com Saddam. Colaborador iraquiano quando o Tio Sam necessitava força e espaço estratégico para manter sua hegemonia no mesmo Oriente.

Na atualidade temos assistido Israel massacrar o povo palestino para aniquilar com os terroristas do Hamas. Só para quebrar com o silenciamento, estudando a história desse conflito, lemos que o grupo Hamas teve o apoio de Israel, pois na época o inimigo demonizado era o grupo da Organização pela Libertação da Palestina (OLP).

Para saber, na verdade, Gaza continua sendo um território ocupado e seus habitantes possuem status de refugiados e é o Estado de Israel que emite identidades e visto de saída do território. Os fins justificam os meios para a política de dominação de toda potência econômica e bélica.

Gaza com 362 quilômetros quadrados de área e com 1,8 milhões de palestinos está sendo bombardeado por uma das maiores potencias bélicas do mundo. A “operação cirúrgica” contra o Hamas, em Gaza, já matou quase 2000 seres humanos, em sua maioria civil.

Neste trágico tempo, para os palestinos, para piorar, o governo americano aprovou uma verba de 225 milhões de dólares para aprimorar o sistema de defesa antimíssil de Israel. E assim, na esteira da mentira, os poderosos vão massacrando a humanidade e reproduzindo a barbárie.

 

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2 Comentários

  1. O Grande pensador alemão Walter Benjamin afirmava que a leitura e produção da História sempre era feita sob a ótica dos poderosos e vencedores. Para Benjamin nós devemos escrever a história "a contra pelo", ou seja fazer uma releitura sob a perspectiva dos excluídos e dos "esfarrapados do mundo". Assim o faço e deixo a defesa apologética do egoísmo capitalista para o meu interlocutor. Seria importante que o mesmo não, apenas, fique preso as informações do jornal nacional e seu crivo ideológico. Para dar um conteúdo poético caro leitor vou repassar um fragmento de um poema de Affonso Romano de Sant'Anna: Mentiram-me. Mentiram-me ontem e hoje mentem novamente. Mentem de corpo e alma, completamente. E mentem de maneira tão pungente que acho que mentem sinceramente. Os poderosos e demagogos capitalistas fundamentam-se em razões econômicas para justificar todas as formas de exclusão e injustiças. Eu faço ideologicamente a leitura da História "a contra pelo" e em favor dos esfarrapados do mundo. O leitor deve adorar o mantra capital e seu deus mercado das trocas. No capitalismo tudo é comprável e tudo é vendível, inclusive a Ética e a verdade. Para iniciar seu caminho rumo a erudição lhe recomendo o Livro VII da República de Platão mais precisamente A Alegoria da Caverna. Dizia o velho e bondoso Mario Quintana que o verdadeiro analfabeto é aquele que sabe ler e não lê.

  2. Não conheço o autor do texto acima, nem sua biografia. Mas fico desconfiado que é um ignorante ou se não é, propositalmente omite fatos para dar uma versão distorcida da realidade. Pois afirma que "O silenciamento sobre a barbárie sofrida por muitos povos é a mais perversa forma de defesa dos interesses políticos e econômicos dos poderosos". Mas porque então ele silencia ao massacre que ocorre no Sudão? Ao massacre que ocorre no Iraque pelas mãos o Estado Islâmico? Ás mortes causadas pela luta entre rebeldes apoiados pela Rússia e o governo da Ucrânia? Ao massacre de centenas de milhares de cidadãos na Síria? – Querem saber porquê? Porque ao autor não interessam as vidas perdidas nestes lugares. Para ele, as coisas que ocorrem em Gaza são importantes porque são prato cheio para atacar ao seu próprio inimigo moral: o capitalismo. Daí que só divulga às mortes que lhe interessam. Sobre as outras, silencia, pois também tem interesses a defender…

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