NÃO CUSTA LEMBRAR. Tragédia da Kiss e dolorosa sensação de que alguns gostariam de culpar as vítimas

Confira a seguir trecho da nota publicada na madrugada de 15 de setembro de 2013, domingo:

“DESABAFO. Era só o que faltava: uma vítima da Kiss se obrigar a dizer que “não tem culpa por sobreviver”

São vários os casos, e a cada dia parece surgir um novo, de vítima da tragédia de janeiro que, mesmo sobrevivendo, parece estar imune ao necessário serviço público que tem direito. Mas, pelo menos no que toca a este editor, aparentemente se chega a um ponto absolutamente inominável: uma vítima se ver obrigada a, procurada, dizer que “não tem culpa por sobreviver”.

As autoridades têm, sim, responsabilidade. Se não legal – já que grandão nenhum foi atingido pelas denúncias do Ministério Público (noves fora as evidências juntadas pela polícia) -, pelo menos moral. Mas, do que estará falando o editor? Confira você mesmo, no material originalmente publicado no portal Ig. A reportagem é de Carolina Garcia; a foto é de arquivo pessoal. A seguir:

“Não foi minha culpa sobreviver”, diz vítima da tragédia da boate Kiss…

… Quase oito meses depois do incêndio que deixou 242 mortos em Santa Maria (RS), sobreviventes enfrentam dificuldades para conseguir cirurgias e medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Queimaduras e problemas respiratórios acompanham jovens que passam por tratamento que não tem data…”

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PASSADO EXATAMENTE UM ANO da publicação da nota, enganam-se aqueles que imaginam estar satisfeitos os familiares e amigos das vítimas. Não, esquecimento não. Pelo menos enquanto não houver Justiça e permanecer no ar a sensação de que alguns (e nem tão poucos, na verdade) gostariam mesmo é de transformar em culpados os 242 meninos e meninas que morreram.