CAMPANHA. Pesquisas na berlinda, nesses dias que antecedem ao 2º turno. Sobram críticas aos institutos
Há sérias dúvidas sobre algumas das pesquisas divulgadas recentemente. Seja por conta dos especialistas (há quem fale em institutos estando a serviço de especuladores do mercado financeiro, por exemplo) ou, o que é mais comum, dos militantes políticos – descontentes com o apresentado pelos indices e o constatado nas urnas.
Independentemente dessas questões mais ideológicas, há um fato inegável: houve erro, e erro grandão, no primeiro turno, especialmente nos últimos momentos. Exatamente como os que serão vividos nos próximos dias, os que antecedem o segundo turno. Por conta disso, claro, as pesquisas e quem as faz estão na berlinda. Mas os institutos têm a sua própria versão, como é possível conferir no material originalmente publicado pelo portal Congresso em Foco. A reportagem é de Fábio Góis, com foto de arquivo. Acompanhe, a seguir, um trecho:
“Sob questionamento, institutos defendem pesquisas…
…Entra pleito e sai pleito, lá estão elas a cada dois anos, a tentar desenhar o cenário político. O fato é que as pesquisas eleitorais realizadas e fartamente divulgadas, principalmente aquelas dos institutos Ibope e Datafolha, cada vez mais têm pautado a eleição.
E a dose parece ter transbordado o limite no pleito deste ano. Na reta final do primeiro turno, pesquisas chegaram a ser atualizadas a cada dois dias, com a devida exploração pelos jornais em suas manchetes do dia seguinte. O mesmo aconteceu com as revistas semanais. Além do noticiário em tempo real, por meio dos principaissites, portais e redes sociais etc. Diante de tantos números, percentuais e estatísticas, e em tão curto espaço de tempo, surgem algumas inquietações. O eleitor precisa disso? Até que ponto o voto é decidido com base nas pesquisas? A quem serve tamanha numerária?
“Para minimizar erros, desde 2002 trabalhamos com a média das pesquisas dos principais institutos. Acredito que a liberdade de informação deve ser preservada a qualquer preço. As pesquisas devem ser realizadas e amplamente divulgadas”, disse ao Congresso em Foco o cientista político Murillo de Aragão, fundador da Arko Advice Pesquisas e Análise Política e acostumado com o universo dos percentuais.
Doutor em Sociologia e ex-professor da Universidade de Brasília, Murillo acredita que, no caso das pesquisas, o excesso é melhor do que a escassez. “Pior seria se tivéssemos apenas um instituto fazendo pesquisas”, disse o especialista, autor do livro Reforma Política – O Debate Inadiável(Civilização Brasileira, 2014).
Recorrência de erros sobre a sucessão
Uma certeza é recorrente quando se trata de pesquisa eleitoral: haverá erros de previsão – alguns até grosseiros. E muita polêmica quanto à eficácia dos números, à lisura dos trabalhos e às chamadas “margem de erro” e “taxa de confiança”. Enseja-se também a questão: a metodologia atual é mais adequada?
Neste ano, a quantidade – e o tipo – de erros foi significativa. E não só tiveram Datafolha e Ibope como protagonistas. Em um universo de 140 milhões de eleitores, com uma pluralidade continental em termos de ideologia, classe social, orientação religiosa e outros fatores, é mesmo uma tarefa complexa tentar saber como votará cada um deles. Afinal, com uma média de dois ou três mil entrevistados, as pesquisas retratam, como os institutos gostam de ressalvar, apenas uma tendência altamente fracionada e momentânea. Essas amostragens abrangem menos de 0,01% da população, uma ínfima representação de nosso povo…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Não tem como. Institutos divulgam pesquisa com nulos/brancos/abstenções perto de 9%. Valor real anda perto de 27%. E como fica a margem de erro?