PROTAGONISTA. Tarso Genro, que começou sua vida política em Santa Maria, ainda na adolescência
No trabalho bastante apreciável, jornalisticamente falando, o jornal eletrônico Sul21 publicou duas extensas reportagens contando a história de vida e política dos dois protagonistas do segundo turno, no Rio Grande do Sul.
Agora há pouco, mais abaixo, você leu o material relativo a José Ivo Sartori. Agora, o personagem é o petista Tarso Genro. A reportagem é de Adelia Porto, com foto do álbum de família de Tarso. Confira:
“A política faz parte da vida de Tarso Genro desde a adolescência
Tarso Fernando Herz Genro nasceu em 6 de março de 1947, em São Borja, terceiro dos seis filhos do professor, escritor e advogado Adelmo Genro e de Elly Herz Genro. Na adolescência, a política já integrava seu cotidiano. Era estudante secundarista no governo de João Goulart e fazia campanha de apoio às Reformas de Base propostas por Jango, às vésperas do golpe de 64. Seu pai, Adelmo, que fora eleito vice-prefeito de Santa Maria, em 1963, pelo PTB, foi cassado pelo regime militar.
A militância estudantil estava proibida e Tarso, com os jovens secundaristas, criou o GVC – Grupo de Vanguarda Cultural. “O grupo funcionava como um biombo para que pudéssemos fazer política”, disse o companheiro Eliezer Pacheco, secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, no governo Lula. A cultura era a saída e, em 1965, o grupo teve a ousadia de encenar a peça A prostituta respeitosa, de Jean Paul Sartre, para escândalo da cidade. A censura de então permitiu a encenação, mas exigiu que a peça fosse anunciada nos cartazes como A P… Respeitosa.
O bispo da cidade, que se chamava Luiz Victor Sartori – uma coincidência! –, recomendava nas missas e nos programas religiosos de rádio, que os católicos não assistissem à peça, cujo tema, porém, nada tem a ver com o título: trata da questão racial nos Estados Unidos. Embora a repressão, a peça foi um sucesso. A política era exercida na clandestinidade. Tarso aderiu à Ala Vermelha, surgida de uma cisão do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e, mais tarde, a outra cisão do grupo, o Partido Comunista Revolucionário (PCR), clandestinos, como outros.
Em 1968, aos 21 anos, foi eleito vereador em Santa Maria, pelo MDB, na época o único partido legal de oposição. Um ano depois, casou-se com Sandra Krebs, estudante de Medicina. A primeira filha, Luciana, nasceu em 1971 e duas semanas após o nascimento, o pai exilou-se na cidade uruguaia de Rivera, pois era procurado pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), que acreditava ser ele o militante de codinome Rui. O delegado Pedro Seelig esteve pessoalmente em sua casa, em Santa Maria, vistoriou a biblioteca e levou livros que considerou suspeitos. “Foi uma decisão muito rápida”, lembra a esposa Sandra, que recém tivera o bebê e ainda amamentava.
Por dois anos Tarso viveu fora do país, dando aulas de português num cursinho pré-vestibular. Nos finais de semana, Sandra ia visitá-lo, levando o bebê. O exílio terminou em 1973. Tarso foi processado e inocentado. O casal se mudou para Porto Alegre. Sandra já era médica e Tarso estava formado em Direito, pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde também se especializou em Direito Trabalhista…”
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Deputado federal constituinte?