Estima-se que nesta segunda-feira, o prazo inicialmente fixado pelo próprio governador eleito, ou no máximo na terça, será conhecido o secretariado que assume com José Ivo Sartori em 1º de janeiro. Por incrível que pareça, e a menos que o peemedebismo forre os ponchos com os cargos autárquicos ou as empresas de economia mista sob controle do Estado, o partido do comandante não terá o controle político justamente daquelas pastas que dão maior visibilidade e, sobretudo, votos.
Essas secretarias, e a Educação e a Saúde são as preponderantes, juntamente com Obras (mesmo que escassas por conta da apregoada dificuldade de investimento), ficarão com aliados. E não os de primeira hora, como o PSB (que não esconde seu descontentamento) e o próprio PMDB (que tem que ficar quieto publicamente, mas já murmura nos bastidores).
Ao PMDB coube, até aqui, justamente aqueles cargos iniciais anunciados, como a Casa Civil, a Secretaria Geral e as Finanças. Os dois primeiros são politicamente importantes, mas mais para a burocracia do que para o contato com o público externo – leia-se, eleitores. E o terceiro, bem, o terceiro terá que gerir, sempre de acordo com o discurso de Sartori, a falta de recursos.
Vai daí que ao PDT está cabendo duas secretarias e tanto. Uma a Educação, com suas dezenas de cargos de confiança pelo interior do Estado, e que serão dele na maioria – por mais que se fale, no discurso, que a entrega da pasta não seja “de porteira fechada”. Outra, Obras. Em algum momento o governo terá que investir. Quando isso ocorrer, os louros irão para o PDT. Não é de graça, portanto, que o pedetismo tenha os olhos brilhando com o que, afinal, estão valendo seus oito votos na Assembleia Legislativa. Vieira da Cunha talvez até pode estar feliz de não ter vencido a eleição (chegou num bem atrasado quarto lugar), ele que vai gerir a Educação. E Eduardo Loureiro, que sai da Assembleia para assumir as Obras, não deve estar brabo com isso, muito pelo contrário.
Peemedebistas já andam arrastando as botas pelos corredores, pensando no que sobrou pra eles, se os aliados apenas no segundo turno tiveram um prêmio tão bom. E ficam ainda mais incomodados ao saber que a pasta de Transportes, que leva consigo o DAER e o Detran, autarquias portentosas, irá para o PP. Que já indicou (e ele aceitou) o deputado Pedro Westphalen. Sem falar na Agricultura, de contato direto com o sempre pujante (e ativo politicamente) agronegócio, que vai para o pepista Ernani Polo.
Nem serve de consolo o fato de a Saúde ficar com o PMDB. Afinal, os partidários de Sartori olham para o lado e vêem o PSDB conquistar as Minas e Energia, justamente no momento em que a CEEE está se capitalizando e leilões de energia injetam recursos invejáveis para o carvão mineral no Rio Grande do Sul.
Consolo? São dois, na verdade. Um é a própria Secretaria de Saúde, que poderá ir para o deputado federal Osmar Terra ou a quem ele indicar. Quem também pode influenciar é outro deputado federal, Darcísio Perondi. Portanto, sem interferência da bancada na Assembleia, que terá que segurar o rojão das medidas impopulares a ser inevitavelmente propostas. O outro é que o PSB, aliado de primeira hora, também rosna pelos cantos, insatisfeito com o que considera uma desfeita ter apenas pastas subalternas na hora da distribuição do poder.
Pooois é… Não é fácil agradar a todo mundo. Mas, como disse um aliado neste final de semana ao editor, Sartori não precisava, para isso, deixar o PMDB infeliz. Por mais quieto que tenha de ficar o seu militante.
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