“…Também não é corrupção não dar nota fiscal; não é corrupção pagar propina; não é corrupção ter dedicação exclusiva e trabalhar em outros lugares no horário que deveria estar prestando serviço aquele que nos paga; não é corrupção receber salário e não prestar um serviço de qualidade; não é corrupção não cumprir horário no trabalho, etc. Ou seja, tudo aquilo que fazemos não é corrupção. Corrupção é aquilo que os outros fazem. Ou melhor, aquilo que os políticos fazem. E assim vamos seguindo, separando-nos dos políticos com a doce ilusão de que somos melhores do que eles.
Adoramos maniqueísmos. Somos herdeiros de uma tradição dualista. Adoramos repartir o mundo entre os bons e os maus, os homossexuais e os heterossexuais, os morais e os imorais, os liberais e os comunitaristas, os ateus e os crentes e, por aí vai. E, claro, sempre nos…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do artigo “Contradições”, de Liliana Souza de Oliveira – que escreve semanalmente, as terças-feiras. Ela é graduada e Mestre em Filosofia pela UFSM. Atualmente doutoranda em Educação na mesma Universidade e professora de Filosofia do Instituto Federal Farroupilha/Campus São Vicente do Sul.
Rir. É o que resta. Argumentos do tipo "você que joga papel de bala no chão não pode falar dos bilhões desviados da Petrobrás". Todos são corruptos ou praticam algum tipo de corrupção. Desqualifica-se a população. Com conceitos cristãos ainda por cima. Jogue a primeira pedra quem nunca pecou. Não julgue para não ser julgado. Vêem o cisco no olho do irmão mas não enxergam a trave no próprio olho.
E o discurso do "somos do bem" ou "somos do povo escolhido" é muito bem utilizado politicamente. Vide discurso de um "filósofo" outro dia. Somos a "quadrilha dos pobres", não somos ladrões. Faltou o "com licença, mas tenho que ir receber os 50 contos de salário do conselho de administração da …". Conseguiram transformar pobreza em meio de ascenção social. Pobreza dos outros, claro.