Eduardo Cunha, o presidente da Câmara dos Deputados, de novo dá uma de Supercunha. Afinal, consciente do seu poder numérico no plenário, pauta o que bem entender, sempre sob o escudo legal do Regimento Interno da Casa. Agora, a novidade é a sua decisão (que ninguém contesta) de colocar em votação a proposta de reforma política – mesmo que se saiba do destino posterior, o Senado, que pode mudar tudo. Ou não.
A novidade na reforma que o Supercunha está chancelando é o fim do voto proporcional para deputado. Como será isso? Confira no material publicado pelo portal especializado Congresso em Foco, com informações da Agência Câmara de Notícias, inclusive a foto, de J. Batista. A seguir:
“Cunha vai pautar reforma política no fim de maio…
… O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, voltou a afirmar que a reforma política será a única pauta do Plenário na última semana de maio. Cunha considera essencial alterar o sistema de eleição dos deputados. “Ninguém aguenta mais fazer uma nova eleição como foi feita a última”, afirmou, durante a edição do programa Câmara Itinerante em Belém (PA), nesta sexta-feira (15).
Segundo ele, o modelo atual gera distorções, como a eleição de deputados federais que obtiveram apenas 200 votos e a não eleição de outros que tiveram mais de 100 mil votos. O parlamentar defendeu o modelo majoritário conhecido como “distritão”, em que é eleito o deputado mais votado em cada estado. Para ele, o modelo não enfraquece os partidos, como argumentam os críticos desse sistema. Ele defendeu a fidelidade partidária e que a suplência das vagas seja das legendas, para que os partidos sejam fortalecidos.
De acordo com o presidente, a escolha do modelo de eleição vai definir o modo de financiamento das campanhas. Ele defendeu que a reforma proíba a contribuição de empresas que têm contrato com a administração pública. Cunha apoiou ainda a ideia de coincidência das eleições municipais, estaduais e federais a partir de 2022…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
Tem gente por aí pensando: "reforma política só funciona se for a minha, logo, enquanto a minha não emplacar, nada muda".
O negócio é não barrar a experimentação. Se não funcionar, muda-se de novo.
Na minha perra opinião, melhor seria voto distrital misto. Mas o sistema proporcional de hoje, com coligações, distorce a representatividade.
Também não dá para pensar o Brasil com o que se vê no RS. São Paulo, por exemplo, deve ter uns 1500 candidatos a deputado federal. Supercampeões de votos arrastam candidatos nanicos e deixam gente mais votada de fora. Temer, quando sugeriu o distritão, tinha isto em vista. Outro aspecto é que as pessoas votam pela cara do sujeito. Não precisam muitos exemplos: Lula, Manuela S'Avila, Luciana Genro, etc. É uma situação imutável? Não, óbvio que não. Só não vai mudar por decreto.