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ANÁLISE. Sartori e a infeliz metáfora da vaca morta

Papeando com o vice-presidente Temer, Sartori saiu-se com a metáfora da “vaca morta”. E…
Papeando com o vice-presidente Temer, Sartori saiu-se com a metáfora da “vaca morta”. E…

José Ivo Sartori, descobriu-se desde a campanha eleitoral, é um frasista. Mas não mede, talvez por ingenuidade (taaalvez), as consequências do que fala. Lembra a história do “piso da Tumelero”? Pois é. A sua mais recente metáfora produziu críticas de todos os tipos. Foi perpetrada em reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer, seu correligionário, em que o governador disse, a propósito das dificuldades financeiras gaúchas: “não posso tirar leite de vaca morta!”

Hein? Sim, foi isso mesmo. Tanto que não houve desmentido. Entre as análises que, a este editor, pareceu mais coincidente com o que o próprio editor pensa, está a feita pelo jornalista Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo, edição da última quinta-feira. Vale conferir. Seja para concordar ou discordar. A foto é da Agência Brasil. A seguir:

 “O governador Sartori e a vaca morta

O governador José Ivo Sartori disse que de vaca morta não se tira leite. O Rio Grande do Sul é a vaca morta. Até o governador do Maranhão está tirando onda com nossa crise: não quer que o seu Estado se transforme num Rio Grande do Sul. A declaração de Sartori dá o que pensar. Vamos por partes no esquartejamento do animal. Das duas, uma: o candidato Sartori elegeu-se sem saber que a vaca tinha morrido e sem plano para ressuscitá-la, o que é muito grave, ou estava muito consciente da situação e tem um plano para encarecer o preço do leite que passa pela morte da vaca ou por fazer crer que ela bateu as botas.

Em outras palavras, Sartori sabia de menos ou sabe demais.

Eleger-se sem projeto para fazer a vaca voltar a dar leite ou sem saber da morte da vaca equivale a tratar a população como rebanho. Nesse sentido, o eleitor estaria encurralado. Votou numa suposta solução e agora fica sabendo que o problema era desconhecido do candidato. Se isso for verdade, o cidadão só tem algo a exclamar:

– A vaca foi pro brejo e morreu mesmo.

A outra possibilidade não é melhor. O candidato conhecia o estado de saúde da vaca e tem uma solução: declarar que ela está morta para forçar um tratamento de choque capaz de ressuscitá-la à custa da saúde coletiva. Se para fazer a vaca ficar novamente de quatro e dar leite for preciso deixar a população por algum tempo sem segurança, saúde e educação, o “doutor” de plantão topa a parada. Trata-se de um tratamento radical com a ingestão de doses cavalares, se o termo não for incompatível com a metáfora bovina, de leite contaminado. Digamos, uma espécie de vacina. O paciente reage ou se entrega de vez. O estranho do tratamento é que, por um lado, ele parece pretender atacar a causa, como deve ser, mas sem qualquer preocupação com os sintomas. Pela reforma estrutural, cujos efeitos são de longo prazo, não se preocupa com a dor de cabeça imediata.

Por outro lado, parece usar as dores de curto prazo como instrumento para forçar soluções de longo prazo. Acontece que o doente quer parar de sentir dor imediatamente e se curar. A sensação que dá é bizarra: Sartori quer leite sem vaca? Ou pretende tirar mais leite de uma vaca reencarnada? O homem comum tem uma única pergunta:

– Como fazer para a vaca voltar a dar leite?

Os leiteiros do governador sonham com diminuição do tamanho do Estado, privatizações, mudanças na previdência do funcionalismo público e aumento de impostos. Há quem diga que aumentar impostos é a melhor maneira de enterrar de vez a vaca atolada. O que vai rolar nesse campinho? Não adianta fechar a mangueira e jogar a chave na lagoa. Se a vaca está morta, dá para ouvir o berreiro da população sem leite. Espera-se do vaqueiro que ela saiba fazer o animal se levantar e dar leite. Até agora…”

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4 Comentários

  1. O editor concordar com o Juremir não é surpresa, afinal são do mesmo time. Surpresa é uma universidade francesa ter dado um doutorado para o cara.
    Gringo é político das antigas. Nada de novo a esperar dali. A alternativa era Tarso Fernando, o intelectual.
    Talvez as decisões do Gringo devessem ser mais parecidas com a do governo passado. Prometer o piso para o magistério. Comprar mais dois helicópteros mesmo sabendo que o estado estourou o limite do "cheque especial".

  2. se não me engano é do deputado Pedro Ruas (psol) e o que consta nem PMDB nem pt nem psdb concordaram em acabar como tribunal militar esse verdadeiro consumidor do restante de leite da vaca morta.

  3. Tem um projeto de um Dep. para acabar com o Tribunal Militar que gasta 40 milhões por ano, para não fazer nada mais o Gov. não quer nem falar sobre o assunto, talvez por ser cabede de emprego dos protegidos dos governadores pois todos que saem colocam la o seu protegido, isso sim e uma vaca que só come e não da leite.

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