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Saudade – por Liliana de Oliveira

Outro dia uma amiga lamentava a saudade de um amor que está longe e, imediatamente, lembrei-me da música de Geraldo Spindola e disse a ela: Ó meu amor não fique triste, saudade existe pra quem sabe ter. Disse isso a ela, mas sei que a saudade é o pior castigo. Saudade é falta, falta que se faz sentir nos dentes, nos ossos, no corpo.

Saudade é um sentimento estranho. Num primeiro momento parece que vamos morrer, morrer de tanta falta. A falta é tanta que parece que é impossível continuar a olhar, a sorrir, a dançar, a viver. Mas, diferente do que pensávamos, pouco a pouco a vida se encarrega de fazer com que nos acostumemos com tamanha ausência e prossigamos. Prosseguir é preciso!

Há saudades e saudades. Há saudade daqueles que se ausentaram por algum motivo ou razão e que em breve retornarão. Há saudade daqueles que nunca mais voltarão, ou porque rompemos ou porque morreram. Há saudade antecipada, quando muito antes da despedida já sentimos falta do objeto amado.

A saudade, como Chico Buarque nos canta lindamente na sua canção Pedaço de mim, é metade afastada de mim, metade exilada de mim, metade arrancada de mim, metade amputada de mim, metade adorada de mim.

A saudade é o pior tormento, é pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar. A saudade dói como um barco que aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais. A saudade é o revés de um parto. A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu. A saudade dói latejada. É assim como uma fisgada no membro que já perdi.

Apesar de a saudade ser um tormento, ela nos diz o quanto o que vivemos foi significativo a ponto de deixar marcas ou vestígios. Sinto saudade do churrasco do meu pai, da alegria da minha mãe, do risoto da minha avó, da infância dos meus irmãos, de todos os amores que passaram por mim, dos meus alunos, das minhas amigas distantes, enfim, de tudo aquilo que significou. Se preciso for, quero morrer de saudade!

 

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