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Triunfo da vida – por Antonio Candido Ribeiro

Essa coisa fascinante que chamamos vida, tal qual a conhecemos no plano físico, é capaz de nos encantar pela sua delicadeza, pela sua extrema fragilidade, mas também pela sua extraordinária resistência às constantes ameaças a que, em todos os níveis e de todas as formas, se vê submetida.

E, apesar de toda estupidez que tem caracterizado nossa caminhada terrena, também, é inegável, são maravilhosos os esforços feitos para protegê-la, para preservá-la, para evitar que a própria natureza, que a fortaleceu ao longo da caminhada, seja agente de seu fim extemporâneo.

Veja-se, por exemplo, a situação de quem se hospitaliza para se submeter a um procedimento cirúrgico restaurador ou para tratar de uma enfermidade mais grave e, realizada com êxito a cirurgia ou debelada a enfermidade, já quase na hora da alta hospitalar se vê submetido a um agudo, a um grave choque séptico, capaz de, em minutos, levar à morte.

E ninguém está livre da terrível infecção hospitalar. Todos nós conhecemos  pelo menos um caso de infecção bacteriana contraída em ambiente hospitalar e a  angústia e o sofrimento que ela gera para quem, impotente, se vê, na antessala de uma CTI, à espera de uma notícia animadora que, quase sempre, demora ou acaba não chegando.

E esse não é um problema terceiro-mundista, as infecções hospitalares acontecem no mundo todo e ninguém, que necessite se internar em um hospital, está livre delas. Aqui e ali, haverá situações de descontrole em que as condições higiênicas e de ausência de adequada assepsia são claramente responsáveis pelas infecções. Em outras situações, é possível atribuir responsabilidade a profissionais da área da saúde envolvidas no processo. Mas, na maior parte das vezes, não tenho qualquer dúvida, apesar de todos os cuidados, a infecção poderá acontecer nos mais conceituados e zelosos estabelecimentos hospitalares, sem que se possa atribuir responsabilidade direta a quem quer que seja.

E – causas, origens e responsabilidades à parte – só quem se vê envolvido em situação dessa ordem pode dimensionar a extensão da angústia, repito, de esperar na antessala da CTI ou em casa, à distância, uma notícia que signifique esperança de controle da infecção e de derrota de uma muitas vezes invencível e desconhecida bactéria.

É, se viver é estar disponível para a morte, é também o encantamento de ver a própria vida triunfar. E isso, hoje, me basta!

 

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