Crise corporativa ou de casal: software é o vilão?! – por Luciana Manica
Circulou nesses dias o auê proveniente da Wolkswagen. De forma resumida, a empresa assumiu, com todas as letras, ter feito uso de software para fraudar emissões de veículos a diesel durante testes de laboratório, antes da produção em série do motor EA 189. O programa teria sido instalado pela primeira vez nos motores em 2008, pouco antes de o 2.0 turbodiesel ser produzido em massa.
Explica a empresa que optou por assim agir pois não havia nenhuma maneira de conciliar o cumprimento das normas de emissão dentro da meta de custo do motor. Óbvio, mais fácil burlar a lei, cometer atos de concorrência desleal, desconsiderar os consumidores e todo o meio ambiente que projetar um novo motor!
A alternativa feita pela empresa não poderá ficar impune. Deverá ressarcir a todos os envolvidos, no meu sentir, não apenas os consumidores do carro a diesel. Tem mais: informação fraudulenta dissipada, dano ao meio ambiente (transfronteiriço) e consequente prejuízo à sociedade. Oxalá pagará o devido valor por isso!
A escolha feita pela Wolkswagen lhe gerará alguns gastos, além dos já citados. A imagem restou abalada, a má-fé para com tudo e todos, os valores básicos da concorrência sadia e todas as qualidades que a marca angariou por árduos anos parecem ter ido “ladeira abaixo”. As ações da Wolks despencaram por conta dessa notícia. Sabemos que a sua solidez não será abalada tão facilmente, nem é o que se deseja, mas espera-se que a crise corporativa advinda de atos desonestos obrigue um repensar na conduta da empresa.
Ainda bem que isso tudo foi descoberto além-mar, para que instituições mais sérias dêem a devida atenção. Obama não vai deixar barato e a França já está pedindo explicações. Na União Europeia outro software é tido como o vilão dos televisores, teria sido utilizado para manipular o consumo energético. Cabeças irão rolar na telinha!
Por certo, softwares auxiliam e muito nas nossas vidas, mas devem ser utilizados para o bem, como tudo. Alguns servem para automatizar funções técnicas, aprimorando-as, outros podem ser embarcados (possibilitando o patenteamento); há ainda os aplicativos, atingindo um viés mais prático e pessoal, podendo ser baixados em Smartphones, iPads, computadores, etc.
O dano proveniente de programas de computador na seara pessoal recebe outro nome. De crise corporativa passa a ser nominado “traição”, “infidelidade”, “revenge porno” (pornografia de vingança: intimidade exposta, normalmente pelo ex), todos potencializados por aplicativos que permitem troca de conteúdo. Por certo, em nenhum dos casos o software é o vilão, e sim, a conduta do ser humano que faz uso de uma ferramenta inovadora, criativa para tirar proveito desleal na seara econômica ou pessoal.
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