CULTURA. Tempo de esculpir – por Atílio Alencar
Por ATÍLIO ALENCAR (texto e fotos)
A história da arte se confunde com a própria história da linguagem humana. No início, na escuridão das cavernas, os rabiscos rituais e os ídolos rudimentares eram o bálsamo e o delírio para nossos ancestrais. Junto ao fogo, a imaginação erguia seus precários monumentos, forjando o sagrado a golpes de pedra.
Depois, com a sofisticação da técnica e da capacidade de expressão humanas, a arte foi aos poucos deixando de ser meio para ser um fim em si mesma: rito criador, válvule de escape, celebração, desafio aos limites da percepção humana. Desafio à própria natureza, como gênese da cultura.
Visitar o Simpósio Internacional de Escultores de Santa Maria é um estímulo para essas elucubrações. Quando se chega na paisagem centenária da gare e, sob uma nuvem de poeira que filtra a luz do sol, avistamos as silhuetas dos escultores envolvidos na labuta sensual e bruta de dar forma às pedras, o impacto é inevitável.
São 10 escultores de 08 diferentes países, que seguem trabalhando no espaço público e nas dependências dos galpões da gare até o dia 13 de dezembro. O Simpósio, que já é uma marca sólida na agenda cultural da cidade, ainda lega novas intervenções no cenário urbano.
Organizado pelo coletivo Arte Pública, o Simpósio de Escultores tem o objetivo ainda de concentrar, no futuro, a nata dos artistas latino-americanos da escultura. Segundo Catiuscia Dotto, uma das organizadoras, “a ideia é cada vez mais trazer expoentes da escultura latino-americana, dando um caráter de encontro continental ao evento, ainda que sem abrir mão dos convidados de outros continentes.”
Não deixe de vivenciar a experiência de atravessar a Rio Branco rumo aos trilhos e fruir desses processos criativos ao ar livre. Vale muito a pena.
LEIA TAMBÉM, PARA CONFERIR A PROGRAMAÇÃO:
“Um grande atelier a céu aberto: é o 4º Simpósio Internacional de Escultores, na Gare”, de Suellen Krieger e Ana Bittencourt, da Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal (AQUI)
Organizado pelo coletivo de arte publica, MAS patrocinado pelos cofres publicos, sao mais de 80.000,00 de investimento. Com tanto buraco, escolas de samba com 30 mil somente para organizarem mais de 400 folioes. Ainda bem que ano que vem tem eleição para VARRERMOS de vez esses aproveitadores de dinheiro publico para se promoverem. Voto contra em qualquer indicado ou parceiro do REIZINHO .