2016, a salvação pelo campo – por Carlos Costabeber
Santa Maria também é uma cidade privilegiada, por ser um polo de uma grande região agrícola. Por consequência, nossa economia está cada vez mais atrelada à produção originada no campo. Diferentemente das regiões metropolitanas, dependentes da indústria, que estão sofrendo muito com a atual crise brasileira (queda no PIB e desemprego em alta).
Por isso, enquanto o Brasil segue ladeira abaixo, o agronegócio consegue garantir o oxigênio para a nossa economia. Apesar de ser o setor mais competitivo, é claro que o campo não irá salvar o ano de 2016, mas minimizará o desastre. Afinal, o setor já representa quase um quarto do PIB, e é responsável por quase metade das exportações. E só não é mais expressiva a sua participação porque depende de uma infraestrutura deficiente e totalmente dependente do transporte rodoviário. É o chamado “apagão logístico” que tanto onera a produção primária.
Não bastassem as variáveis incontroláveis (demanda mundial retraída, preços das commodities em queda, insumos atrelados ao dólar, falta de mão-de-obra qualificada, dependência do transporte rodoviário, baixa capacidade de armazenamento, entre tantos), esse ano os produtores rurais estão sendo penalizados pelo fenômeno “El Niño”. A produção gaúcha de arroz (predominante na região), por exemplo, deverá ter uma queda importante, assim como as demais culturas de verão. Mas não será suficiente para derrubar o desempenho geral do segmento, pois apesar de tudo, a soja (principalmente) e o milho apresentam razoáveis perspectivas de produção e de preço.
Vejam o quão significativo é o peso do agronegócio para uma região: Bagé (onde temos uma filial da empresa), que vinha de uma produção insignificante de soja, deverá se tornar o maior produtor do Estado, transformando por completo a economia do sudoeste gaúcho. Cresce de forma acelerada a área plantada e a produtividade, somadas à proximidade do porto de Rio Grande (distante apenas 250 quilômetros). São terras de qualidade, e que eram exclusivas da pecuária e da cultura do arroz. Por isso, louvo o trabalho duro e a superação diária dos homens do campo. É ali que está o “Brasil que dá certo”; graças a Deus.
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