Judiciário

ZELOTES. Relatório enviado ao STF aponta como ocorreu o envolvimento da RBS com Augusto Nardes

POR MAIQUEL ROSAURO

Ministro do TCU, Augusto Nardes é considerado “mentor” das atividades de lobby da empresa da qual era sócio
Ministro do TCU, Augusto Nardes é considerado “mentor” das atividades de lobby da empresa da qual era sócio

O jornalista Juremir Machado traz em seu blog uma interessante matéria que mostra como ocorreu o envolvimento do ministro do Tribunal de Contas (TCU), Augusto Nardes, com a RBS. Nardes é considerado o “mentor” das atividades de lobby da empresa da qual era sócio, a Planalto Soluções.

De acordo com o que já foi apurado e divulgado pela imprensa nacional, Nardes estaria envolvido na anulação de dívidas que somam R$ 150 milhões do grupo RBS. O ministro teria usado sua influência em Brasília e no seu antigo partido, o PP, para ajudar o grupo de comunicação. O cancelamento dos débitos da RBS ocorreu no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão do Ministério da Fazenda em que as fraudes apuradas pela Zelotes se materializavam. Em troca da anulação da dívida, a empresa teria pago R$ 15 milhões a uma série de pessoas. Entre estas, um ex-conselheiro do Carf e sócio da SGR (empresa de consultoria contratada pela RBS), José Ricardo da Silva, o Zé Ricardo. Confira (a foto acima é da Agência Brasil):

Relatório da Procuradoria Federal ao STF sobre o caso da RBS na Zelotes: rastros de uma operação que provoca arrepios

Mais um capítulo da história da RBS na Operação Zelotes

Como envolve personalidades com foro privilegiado, a Procuradoria enviou relatório ao STF.

É o inquérito 4150.

A relatora é a ministra Carmem Lúcia.

Resumo da ópera.

2001: a RBS é autuada. Deve a bagatela de mais de R$ 258 milhões ao fisco. É o resultado de uma operação chamada de casa e separa pela qual se consegue deixar de pagar parte do que se deve ao leão.

2002: A RBS decide recorrer. Contrata o escritório de advocacia Dias de Sousa para isso. O recurso não leva. A dívida é confirmada.

2003: Novo recurso da RBS leva a melhor.

2005: A Fazenda, finalmente informada, recorre.

2008: Fazenda perde.

2009 e 2010: guerra de embargos declaratórios.

2010: Delegacia da Receita Federal de Porto Alegre recorre. Leva.

2011: novos recursos da RBS. Vitória definitiva. O escritório contratado leva mais de R$ 7 milhões pelo êxito. Em 2005, contudo, a RBS contratou uma consultoria para cuidar do caso: a SGR, que se associou à N&P, que hoje se chama Planalto. Assinou o contrato pela RBS o hoje deputado Afonso Motta. A Planalto era de Augusto Nardes, que, no mesmo ano, tornou-se ministro do Tribunal de Contas. Assinou pela N&P Juliano Nardes, sobrinho de Augusto Nardes, que só entraria oficialmente na empresa em 2008. Um dos envolvidos na operação RBS citado é José Ricardo da Silva, conselheiro do CARF, órgão encarregado de julgar os recursos contra a Receita Federal, que foi tragado pelo ralo da Operação Zelotes e vê o sol nascer quadrado. José Ricardo teria transferido recursos para a Ecoglobal Autolocadora de Automóveis, empresa de Juliano Nardes, homem da Planalto, etc.

O material que segue historia cada passo do imbróglio.

É tão excitante quanto a Regra do Jogo.

O jogo, no caso, está no tapetão.

CLIQUE AQUI e leia a matéria na íntegra.

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