KISS, 3 ANOS. Emoção e dor em meio às badaladas que homenagearam 242 meninos e meninas mortos
Foram várias as atividades que marcaram os três anos decorridos desde que a boate Kiss incendiou, em 27 de janeiro de 2013. Em nenhuma delas a emoção esteve ausente. Muito pelo contrário. Em nenhuma delas esqueceu-se que é preciso Justiça – para os 242 jovens que morreram e os 600 feridos. Em todas elas ficou claro: o episódio não pode ser esquecido.
A data e o que nela ocorreria (desde a noite anterior, alias) trouxeram a Santa Maria, outra vez, representantes da mídia nacional. É do G1, o portal de notícias das Organizações Globo, por exemplo, o relato que você confere a seguir. A reportagem é de Daniel Favero. Acompanhe:
“Badaladas e lágrimas marcam ato em homenagem a vítimas da Kiss…
…A cada badalada, uma foto de vítima da Boate Kiss. E assim a homenagem nesta quarta-feira (27) prosseguiu até se completar 242 batidas do sino. O número representa o total de pessoas que morreram após um incêndio na casa noturna, em 27 de janeiro de 2013. O ato foi realizado na Praça Saldanha Marinho a poucos metros da antiga boate de Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul.
Durante a contagem, pais, parentes e amigos não contiveram as lágrimas, o que dava uma dimensão do tamanho da dor daqueles que ainda sofrem com a perda. Ao longo destes três anos, a participação dos familiares nas homenagens diminuiu na mesma medida em que aumenta a pressão de uma determinada parcela da sociedade santa-mariense para que o episódio seja superado, segundo relatam os familiares que ainda hoje buscam justiça.
“Não gostaríamos de estar aqui. Daríamos a nossa existência para não estar aqui. Estamos aqui para recordar que aquele dia existiu e que ficou marcado para sempre como dia da tragédia da boate Kiss. Estamos aqui para homenagear os nossos filhos”, disse Marta Mourão Beuren, mãe de Silvio, com um discurso que antecedeu as badaladas.
Mais cedo, estudantes do curso de Geografia fizeram uma aula pública na praça, seguida por uma caminhada. Em um viaduto próximo, eles fizeram desenhos pedindo Justiça e criticando o poder público pela conduta diante da responsabilização de órgãos públicos na falha de fiscalização que contribuiu para a tragédia. “Omissão mata, já são três anos, são 242 interrogações”, diziam os jovens.
Logo em seguida artistas se apresentaram no palco montado na praça, e à medida que a noite caía, aumentava a emoção, principalmente, quando tocavam músicas que falavam sobre injustiça ou sobre temas religiosos.
“Estamos aqui para transmitir amor para quem se aproxima e para alertar e lutar para que isso não se repita, para que não tenhamos outro 27 de janeiro no calendário da nossa existência”, dizia Marta…”
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Boate Kiss – Os sinos de Hiroshima
QUA, 28/01/2015 – 01:21
Em Hiroshima, a cada ano
Numa intensidade quase insuportável soam sinos
Em que não existem badalos
Mas as pessoas insistem
A cada ano
Todos anos
Os tocam incessantemente
E carregam consigo
Uma mensagem forte
De humanidade
…..
Em Santa Maria
Outros sinos tocam
A cada ano
E tocarão
Pelos anos seguintes
E assim
Mantem vivo um gesto
Humano
De justiça e paz
Que somente toca junto
Aos corações
De todos homens
Mulheres e crianças
Plenos
De boa vontade e esperança
…..
Ainda é possível escutar o barulho dos sinos
Escutem o barulho dos sinos
Eles soam forte
Dentro de cada um de nós
Escutem os sinos
Eles calam fundo
Em nosso peito
E a cada amanhecer
Mostram
A fragilidade da vida
E a nossa infinita capacidade
De amar
…….
Ainda é possível escutar o barulho dos sinos
Eles soam forte
Escutem o barulho dos sinos
Escutem o barulho dos sinos
Eles soam forte